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“Era um paizão, um tio maravilhoso”, diz irmã de ciclista atropelado no DF

Familiares e amigos de Ricardo Campelo Aragão, 58 anos, acompanharam o sepultamento no Cemitério Campo da Esperança, nesta segunda-feira

atualizado

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Arquivo pessoal
Ricardo Aragão
1 de 1 Ricardo Aragão - Foto: Arquivo pessoal

Familiares e amigos despediram-se de Ricardo Campelo Aragão, 58 anos, na tarde dessa segunda-feira (12/10), no Cemitério Campo da Esperança na Asa Sul. Ele morreu atropelado enquanto andava de bicicleta na 703 Norte, na noite de sábado (10/10).

Nádia Bittencourt, 55 anos, que pedalava com ele no local, sofreu escoriações e passa bem. O motorista do veículo que provocou o acidente, segundo informações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), fugiu sem prestar socorro às vítimas.

O velório teve início às 12h desta segunda-feira, e o sepultamento ocorreu às 15h. Irmã da vítima, Ysmine Aragão, 54, relatou ao Metrópoles que Ricardo fazia parte do grupo de ciclismo Passeio Noturno desde 2014. “Era a paixão dele. Recentemente, tinha comprado uma bicicleta que era top. Sempre gostou disso”, contou a corretora de imóveis.

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Grupo fez protesto contra o desrespeito aos ciclistas
Ricardo Aragão tinha 58 anos
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Enterro do ciclista Ricardo Campelo Aragão no Cemitério Campo da Esperança

Ana Karolline Rodrigues/Metrópoles
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Grupo fez protesto contra o desrespeito aos ciclistas

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Ricardo Aragão tinha 58 anos

Arquivo pessoal

Segundo a irmã, Ricardo estava aposentado, após passar cerca de 30 anos como servidor público do Ministério da Educação (MEC). Morador da 409 Norte, ele vivia com a mãe e dois irmãos. Ele deixou uma filha, de 26 anos.

“Era um paizão, um tio maravilhoso, brincalhão. Muito família mesmo. Cuidava totalmente da minha mãe, fazia de tudo por ela. Os dois eram grudados, estavam sempre juntos”, revelou Ysmine.

Ao Metrópoles, Nádia Bittencourt relatou detalhes do sábado de Ricardo. Naquela data, ambos sairiam para pedalar com o grupo Passeio Noturno. No entanto, os amigos dela cancelaram e foram apenas os dois.

“Nós fomos ali perto da Península dos Ministros, mergulhamos e, depois, voltamos ao fim do dia. No retorno, nós subimos tudo e chegamos as 700. Eu falei: ‘O horário está tranquilo, podemos ir pela pista'”, lembrou.

“Quando ele ia para trás (dela), para fazer como uma fila indiana, eu vi no meu retrovisor um carro vindo ‘chutado’. Foi o tempo de eu gritar: ‘Ricardo, cuidado!’. Então, só ouvi o barulho e, depois, não vi mais nada, desmaiei”, completou.

Políticas públicas

Depois de perder o amigo e testemunhar o falecimento, Nádia diz que passará a reforçar ainda mais a necessidade do cumprimento das normas de trânsito e dos cuidados que motoristas e ciclistas devem ter. “Quero chamar a atenção para o fato de que, depois disso, eu fui ver meu capacete e ele estava todo rachado. Se eu não tivesse com ele, não estava aqui contando. Foi o que me salvou”, assinalou.

Um integrante do grupo Passeio Noturno, que pediu para não ser identificado, contou que uma das premissas do grupo, que existe há sete anos, é pedalar apenas em blocos, reunindo de crianças a idosos. “É um grupo que visa ser educativo, do ponto de vista do trânsito e do ciclista”, contou o homem, de 38 anos.

“Estamos sempre juntos e respeitando o trânsito. Fechou o semáforo, para. Alguém teve o pneu furado, caiu, todo mundo para e espera”, explicou.

Para ele, falta efetividade nas políticas públicas de educação no trânsito. “Você tem um conjunto de fatores que orientam um cenário mais dramático. Esse conjunto passa, principalmente, pela forma da condução do veículo, por parte de motoristas e ciclistas. E ainda há essa certeza de impunidade”, comentou.

Investigação

De acordo com investigadores da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), o condutor do veículo que atingiu o ciclista ainda não foi identificado, evitando a possibilidade de uma prisão em flagrante. Mesmo com a fuga do condutor, peritos do Instituto de Criminalística (IC), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), realizaram a perícia no local para tentar traçar a dinâmica do acidente.

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