Entregadores de aplicativo do DF pedem melhorias no trabalho e remuneração
De acordo com associação da classe, cerca de 300 pessoas protestaram em frente ao TJDFT e depois seguiram para o Palácio do Buriti
atualizado
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Entregadores de aplicativos fazem manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), na manhã desta quarta-feira (1º/07). Eles exigem melhoras e reajuste anual na taxa de remuneração, fim dos bloqueios aos entregadores sem direito ao contraditório e equipamentos de proteção individual.
As demandas são feitas tanto às empresas quanto ao Poder Público, que regulamente a profissão.
João Pedro, 20, entregador de três plataformas especializadas em refeições há 2 anos, diz que a atividade possui muitos riscos. “Nossa profissão é muito perigosa. Se a gente se machucar eles, [empresas] não estão nem aí. Somos descartáveis para eles”, critica.
De acordo com a Associação dos Motoboys Autônomos e Entregadores do DF (Amae-DF), aproximadamente 300 pessoas estão presentes na manifestação.
Após a manifestação em frente ao TJDFT, os integrantes do protesto percorreram a Esplanada dos Ministérios, passando pela via S1 e retornando pela N1, até chegar às proximidades do Palácio do Buriti.
Presidente da Amae, Alessandro Calado, conhecido como Sorriso, diz que as empresas de entrega não só ignoraram as reivindicações, como fomentaram o boicote à greve. “Mandaram mensagens para os restaurantes parceiros dizendo que as taxas são boas e não acontecem bloqueios injustos”, protesta.
Já para o secretário da associação, Magno Moura, os aplicativos “foram na contramão, oferecendo benefícios aos entregadores que não aderissem a greve, como taxas mais altas para quem realizar as entregas e vouchers com desconto para as pessoas”, alerta.
O outro lado
O iFood enviou nota dizendo que apoia a liberdade de expressão em todos as suas formas e que os entregadores não são desativados por participar de movimentos. E explica que não possui um sistema de ranking e nem de pontuação. “O algoritmo de alocação de pedidos leva em consideração fatores como por exemplo, a disponibilidade e localização do entregador e distância entre restaurante e consumidor”. De acordo com a empresa, Em maio, o valor médio por hora dos entregadores foi de R$ 21,80, “4,6 vezes maior do que o valor por hora tendo como base o salário mínimo vigente no país”. “Quanto a seguros, desde o fim de 2019, o iFood oferece a todos os entregadores cadastrados em sua plataforma o Seguro de Acidente Pessoal. A iniciativa é operacionalizada pela MetLife e pela MDS”, aponta, assegurando também a distribuição de álcool em gel e máscaras reutilizáveis.
A Rappi também diz reconhecer o direito à livre manifestação pacífica e “busca continuamente o diálogo com os entregadores parceiros de forma a melhorar a experiência oferecida a eles”. Em nota, explica que o frete varia de acordo com o clima, dia da semana, horário, zona da entrega, distância percorrida e complexidade do pedido e que cerca de 75% deles ganha mais de R$ 18 por hora, além da gorjeta. “Ainda estamos sempre procurando maneiras para melhorar os nossos serviços, enquanto reconhecemos os entregadores parceiros com melhor nível de serviço”, avisa. E confirma ter colocado em prática cuidados para evitar o contágio do coronavírus.
Por fim, o Uber Eats diz disponibilizar “de forma transparente para os entregadores parceiros, no próprio aplicativo, ficando clara cada taxa e valor correspondente”. A empresa garante que não houve nenhuma diminuição nos valores pagos por entrega, “que seguem sendo determinados por uma série de fatores, como a hora do pedido e distância a ser percorrida”. E afirma que o sistema de avaliações dos parceiros, feitos pelos usuários, é a maneira mais prática e eficaz de mensurar a qualidade do serviço que está sendo prestado. “Parceiros que descumprem os Termos de Uso da plataforma (por exemplo, com seguidos cancelamentos injustificados, denúncias de extravio de pedidos ou tentativas de fraude) também estão sujeitos à desativação”.