Entregador abordado pela PMGO chegou a hospital morto e com hematomas
Segundo relatório médico, Wendel Lima de Sousa, 43 anos, estava morto quando foi deixado na UPA pelos PMs. PCDF investiga causa da morte
atualizado
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O homem morto durante abordagem policial em Santa Maria chegou à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Novo Gama com hematomas pelo corpo. Segundo relatório médico da instituição, Wendel Lima de Sousa, 43 anos, estava morto quando foi levado a UPA.
PMGO: militares são investigados por morte durante abordagem no DF
O caso aconteceu em 24 de maio. Testemunhas disseram que Wendel foi levado com outros dois homens para uma zona de mata por uma equipe da Polícia Militar de Goiás (PMGO) e deixado, por volta das 22h do mesmo dia, no pronto-socorro.
Aos investigadores as demais vítimas alegaram que todos acabaram agredidos e ameaçados pelos PMs goianos. Eles afirmam que só foram soltos sob a condição de que não contassem o que tinha acontecido. De acordo com Cláudia Alcântara, delegada responsável pelo caso, a Polícia Civil do DF solicitou laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Goiás para avaliar a causa da morte do entregador.
“Precisamos saber se houve algum tipo de tortura, qual foi o nível das agressões e a causa da morte. As testemunhas estão sendo ouvidas, mas todos estão com muito medo de falar sobre o caso”, explica Cláudia.
Lesões na cabeça
A vítima trabalhava como entregador e não tinha passagens pela polícia. Um dos filhos de Wendel registrou ocorrência contra os policiais responsáveis pela abordagem em Santa Maria. Em depoimento, ele contou que procurou pelo pai e ficou sabendo que ele estaria na UPA do Gama. No local, os familiares receberam a informação de que Wendel estava morto.
Segundo a PCDF, o filho revelou que viu lesões na cabeça do pai quando fez o reconhecimento do corpo. “A família está muito abalada e revoltada. Os filhos estão indignados. É uma família grande e estão todos muito tristes”, comentou a delegada.
O caso foi encaminhado à Corregedoria de Polícia Militar de Goiás e ao Ministério Público do Estado de Goiás. A 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) instaurou inquérito policial para apurar o caso.
O Metrópoles tentou contato com a assessoria da PMGO, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
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