Vídeo. Presos filmaram no celular fuga de presídio em Luziânia (GO)
As imagens mostram quando dois internos entortam uma das barras da cela que havia sido parcialmente serrada por um dos detentos
atualizado
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Imagens registradas pelo celular feitas por um preso do Centro de Inserção Social (CIS), em Luziânia (GO), Entorno do DF, flagrou o momento exato em que 11 detentos escaparam do presídio, por volta de 11h de sábado (6/1). O vídeo mostra quando dois internos entortam uma das barras da cela que havia sido parcialmente serrada.
Em seguida, eles escalam um muro com seis metros de altura e pulam. Um dos internos chegou a quebrar a perna na queda e foi capturado. Os outros dez conseguiram escapar. A fuga ocorreu após nove mortes e três rebeliões em sequência no presídio de Aparecida de Goiânia (GO), em 1º de janeiro.
De acordo com informações da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) de Goiás, um preso conhecido como “Correria”, responsável pela limpeza do corredor e fornecimento de alimento, serrou os cadeados de uma cela e da grade de contenção do pavilhão.A DGAP informou, ainda, que os foragidos são: Aenio Vaz da Silva, Danilo Santos Lima, Dennys Paulo Duarte de Lima, Farlei Viana Roquete, Jhonatan de Souza, Johonatas de Souza Saraiva, Júnior Teodoro de Oliveira, Lucas Belmiro da Silva, Luis Paulo dos Santos e Magno Pereira de Carvalho. Até as 16h45 deste domingo (7), eles não haviam sido capturados.
Fuga em massa
De acordo com fontes policiais ouvidas pelo Metrópoles, os 11 presos que escaparam anteciparam o que seria uma fuga em massa, que ocorreria no período da noite. Outras três grades em três diferentes celas estariam sendo serradas. A reportagem tentou entrar em contato com o DGAP, mas ninguém atendeu as ligações.
A assessoria da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás (SSPAP-GO) foi procurada para falar sobre as imagens, mas informou que não teria condições de confirmar a veracidade do vídeo. “Com certeza, as imagens são do CIS e sequer foi feita uma revista no local atrás do celular usado para fazer as filmagens e do material usado para serrar as barras de ferro”, disse um policial, que preferiu não se identificar.
Primeira rebelião
A fuga ocorreu após três rebeliões no presídio de Aparecida de Goiânia. O primeiro motim ocorreu na tarde de 1º de janeiro. Conforme informações da Secretaria de Segurança goiana, presos da ala C invadiram as alas A, B e D. A motivação dos ataques seria uma rixa entre grupos criminosos. Nove detentos morreram carbonizados – deles, dois foram decapitados –, 14 ficaram feridos e mais de 80 continuam foragidos.
A confusão ocorreu exatamente um ano após a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Na ocasião, mais de 60 detentos foram executados em um confronto entre as facções PCC e Família do Norte. O episódio deu início a uma crise penitenciária nacional, que culminou em rebeliões em Roraima e no Rio Grande do Norte, conforme o Metrópoles mostrou na reportagem especial “As faces das chacinas no cárcere”.
Também no primeiro dia de 2018, as autoridades de Goiás registraram início de revoltas em outras duas cidades do estado: Santa Helena e Rio Verde. Na terça-feira (2/1), dois servidores do sistema penitenciário foram assassinados a tiros em Anápolis (GO).
O Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal de Goiás (Sinsep-GO) chegou a alertar sobre a possibilidade de novos motins em outras unidades prisionais da região. Entre os presídios em risco, segundo a entidade, dois estão no Entorno do DF: o de Luziânia e o do Novo Gama.