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Vestidas de preto, mulheres de Alto Paraíso (GO) fazem protesto após estupro e morte de moradora

Manifestação aconteceu na Praça Canaã e contou com mais de 100 mulheres, que exigem das autoridades providências para o fim da violência

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Mulheres de Alto Paraíso protestam após estupro e morte de Oigna Rodrigues da Silva
1 de 1 Mulheres de Alto Paraíso protestam após estupro e morte de Oigna Rodrigues da Silva - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Aproximadamente 100 mulheres foram às ruas de Alto Paraíso de Goiás na noite desta sexta-feira (18/9), em protesto pelo estupro e morte de uma das figuras mais conhecidas da cidade. Oigna Rodrigues da Silva, de 43 anos, foi encontrada desmaiada em casa, na última quarta-feira (16/9). Nessa quinta (17/9), faleceu devido à gravidade dos ferimentos.

Trajando preto e com velas acesas nas mãos, as moradoras da cidade goiana – um dos principais destinos turísticos dos brasilienses – se reuniram às 17h na Praça Canaã para cobrar segurança e Justiça por Oigna.

O ato foi convocado pelas redes sociais por um coletivo de mulheres, que denunciou a brutalidade desde o dia do crime. Outro protesto está marcado para acontecer na segunda-feira (21/9), dessa vez em frente à Prefeitura Municipal de Alto Paraíso. O ato acontecerá às 10h.

Bastante emocionadas, as mulheres se colocaram em círculo e disseram palavras de ordem, cobraram providências urgentes quanto ao caso de Oigna e exigiram mais segurança “para exercer o poder de ir e vir” tranquilamente pelas ruas da cidade.

Veja fotos do ato:

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O caso

Por viver em sofrimento psíquico, Oigna era atendida pelas equipes da Secretaria de Assistência Social e do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) havia 12 anos.

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima tinha hora marcada com a assistente social do CRAS na quarta, mas não compareceu. Desconfiada, uma equipe foi até a casa da mulher, que não atendeu a porta. Pela janela, uma das profissionais avistou os pés de Oigna, que estava caída no chão.

Com a ajuda de uma vizinha, a funcionária do CRAS conseguiu entrar na casa da paciente e a encontrou, de bruços, com vários ferimentos no rosto e suja de sangue. “Ela estava sem consciência, sangrando, porém, respirando de forma ofegante”, consta no boletim.

Ao chegarem ao local, os atendentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) fizeram os primeiros socorros e verificaram que o sangue na roupa da vítima já estava seco, o que indicava que os ferimentos tinham sido provocados há algum tempo.

Os sinais do estupro só foram identificados, de fato, no hospital, no momento em que os funcionários da unidade davam banho em Oigna.

Segundo a Secretaria de Saúde municipal, a polícia foi prontamente informada das lesões, identificadas por meio de exame comprobatório de corpo de delito preenchido pelo médico de plantão. A mulher recebeu o atendimento na unidade de saúde, onde foi cumprido os procedimentos e protocolos indicados às vítimas de violência sexual.

“Ela possuía sinais de agressão física no tórax, no seio, e também laceração na vagina, em decorrência de uma violência sexual”, diz o boletim de ocorrência, registrado na Polícia Civil de Goiás (PCGO), que investiga o caso.

A mulher aguardava a transferência para um hospital em Goiânia, quando teve uma parada respiratória e faleceu.

O prefeito de Alto Paraíso, Martinho Mendes da Silva, repudiou o caso de violência e cobrou “uma atuação severa e investigação rigorosa” dos fatos.

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Suspeito identificado

O homem considerado suspeito de ter estuprado e provocado a morte de Oigna foi encontrado nesta sexta-feira (18/9) pelos investigadores da PCGO. Ele foi conduzido ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Formosa (GO) e submetido à coleta do material genético, que poderá confirmar ou descartar a autoria dele no crime.

A identidade do suspeito ainda é mantida sob sigilo pela corporação. O homem nega ter participação na barbárie.

“Vamos agora aguardar o resultado do exame. Não tivemos elementos suficientes para fazer a prisão em flagrante. Ele é usuários de drogas e nega [o crime] a todo momento”, diz o delegado titular do Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Formosa, José Antônio Sena.

No IML, o corpo da vítima passou por exames de necropsia, que constataram que o órgão genital da mulher foi dilacerado.

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