Uma nova missão para bons e velhos eletrônicos que param de funcionar
Estação de Metarreciclagem, coordenada por Vilmar Simion, fica em Valparaíso de Goiás e já recolheu 2,7 mil toneladas de lixo tecnológico
atualizado
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O que fazer com aparelhos eletrônicos sem funcionar? Essa é a dúvida de muitas pessoas privadas de mais espaço em casa para guardar objetos como videocassetes, micro-ondas, aparelhos de DVD e outros já em desuso. No fim, elas acabam descartando esse material de forma irregular, com o lixo convencional.
Para diminuir essa prática e preservar o meio ambiente, Vilmar Simion e quatro amigos resolveram, há 18 anos, fundar a organização não governamental (ONG) Programando o Futuro. O objetivo, claro, é reservar um destino a esse tipo de produto. O projeto deu certo e essa turma já recolheu cerca de 2,7 mil toneladas de lixo eletrônico.
“A gente começou com uma escola de informática comunitária. Depois, criamos a Estação de Metarreciclagem, que recebeu doação de 22 mil computadores velhos. Apesar de a gente atuar na área há um bom tempo, a maioria da população não sabe nem que é possível reciclar. Em todos esses anos, capacitamos 19 mil alunos com as máquinas recicladas”, conta Vilmar Simion, coordenador-geral da ONG.
A Estação de Metarreciclagem funciona em Valparaíso de Goiás (GO), município goiano a 40km de Brasília. A instituição é a única no Entorno do Distrito Federal que trata resíduos eletrônicos.
Oportunidade
O projeto capacita jovens de comunidades carentes entre 15 e 28 anos com oficinas de formação técnica para recondicionar equipamentos de informática. Os computadores, impressoras e monitores são doados para iniciativas de inclusão digital, bibliotecas, telecentros e laboratórios de escolas públicas e creches.
“Atualmente, temos 800 computadores sendo processados para doação nos próximos dias. Já recebemos certificação da Unesco, ONU e Banco do Brasil, como tecnologia social pelo projeto”, conta.
Computadores, teclados, celulares, caixas de som, videogames e aparelhos de TV são alguns dos objetos que chegam ao galpão e recebem um novo destino. São três fins possíveis: o recondicionamento para fins sociais; reciclagem; e o reúso de equipamentos, por meio da transformação do material.
A primeira alternativa, além de evitar o descarte irregular, promove a inclusão digital. Já o que vira lixo é tratado para voltar à linha de produção.
O lixo eletrônico é um composto de, pelo menos, 17 tipos de resíduos diferentes. Fazemos o desmanche, a triagem dos componentes e a separação de ferro, plástico, cobre, alumínio e placas de circuito impresso. Assim, garantimos que cada um seja processado e, em até 40 dias, volte para o mercado em forma de novos produtos.
Vilmar Simion
Hoje, o programa de metarreciclagem conta com um ônibus adaptado para apresentar o projeto em escolas, faculdades, órgãos de governo, empresas privadas e outras instituições. “Tudo o que a gente faz é muito bacana, mas, ainda assim, nós não conseguimos processar nem 10% do lixo eletrônico produzido em Brasília. Estamos tentando fazer esse número crescer, mas há um universo de mais de 80% a ser explorado”, diz Vilmar.
“Queremos captar lixo eletrônico. Mais do que ter interesse financeiro e comercial de receber esse resíduo, acreditamos na importância de a gente levar uma solução robusta e sem custo para as empresas”, acrescenta.
A capacidade de tratamento de lixo eletrônico da Estação de Metarreciclagem é de 500 toneladas por ano. A instituição conta com 35 postos de coleta espalhados no Distrito Federal e no Entorno (veja lista abaixo). Segundo Vilmar, apenas 3% dos resíduos captados não conseguem ter destinação, os outros 97% são reutilizados.
Pontos de coleta
Para quem deseja fazer o descarte de resíduos eletrônicos, é só procurar um dos pontos de coleta mais próximos.
Asa Norte
Ecomercado Bionn – 303 Norte
Prefeitura Comunitária da 214 Norte
Igreja Messiânica – 315/316 Norte
Asa Sul
Centro de Diversidade Cultural Espaço 35 – 112/312 Sul
Receita Federal
SIA
Centro de Capacitação e Comercialização da Agricultura Familiar (CCC) – Ceasa
Agência Nacional de Águas (ANA) – Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Trecho 4
Taguatinga
Espaço Cultural Mercado Sul – QSB 12
Ceilândia
Espaço Matraca Cultural – QNQ 5
Gama
Administração Regional do Gama
Guará
Feira do Guará
Administração Regional do Guará
Cruzeiro
Ginásio de Esportes do Cruzeiro
Lago Norte
Administração Regional do Lago Norte
Recanto das Emas
Centro de Convivência do Idoso – Quadra 206
Sudoeste
Administração Regional do Sudoeste
Sobradinho
Biblioteca de Sobradinho – Quadra Central
Águas Claras
Parque Ecológico de Águas Claras
Cidade Ocidental
Bosque Ecológico Chico Mendes – Superquadra 12
Luziânia
Prefeitura Municipal de Luziânia
Conselho Tutelar de Luziânia – Jardim Ingá, Rua Brasília, Quadra 58
Valparaíso
Estação de Metarreciclagem
Secretaria da Cidadania – Quadra 2, Lote 1, Etapa A
Administração – Céu Azul
Talento Viagens – Quadra 14 (Parque Rio Branco)
Nixon Imobiliária – Quadra 16
Novo Gama
Prefeitura do Novo Gama
Planaltina de Goiás
Prefeitura de Planaltina de Goiás
Formosa
Instituto Itiquira – Rua Visconde de Porto Seguro, 843