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Troca de facas indica que assassino de professor premeditou o crime

Revelação derruba a principal linha de defesa do suspeito até o momento: a de que queria dar apenas um susto no educador

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1 de 1 anderson11-960×6401 - Foto: Divulgação/PCGO

Antes de assassinar o professor Bruno Pires de Oliveira, 41 anos, o estudante Anderson da Silva Leite Monteiro (foto em destaque), 18, teria trocado de faca. A revelação derruba a principal linha de defesa do suspeito até o momento: a de que queria dar apenas um susto no docente.

Segundo a Polícia Civil de Goiás, na sexta-feira (30/08/2019), o rapaz armou-se com a arma branca e seguiu para o Colégio Estadual Machado de Assis (Cema), em Águas Lindas de Goiás (GO), Entorno do DF. Um colega o viu e o desarmou.

Anderson, irritado, foi à casa de outro amigo e pediu uma faca emprestada com argumento de que precisava fazer um trabalho na roça. Com o instrumento, desferiu um único golpe no abdômen do educador.

De acordo com o delegado Cléber Junio, da regional de Águas Lindas e titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), tais narrativas indicam premeditação.

O titular do inquérito ainda explicou que, a princípio, o homem que emprestou a faca a Anderson não será indiciado. “Entrará como partícipe do homicídio apenas se ficar evidenciado que sabia da intenção do autor do delito, mas, até o momento, não há qualquer indício de que ele tinha conhecimento e, portanto, não vai ser indiciado por nada”, explicou Cléber Junior.

A morte de Bruno Pires causou comoção e perplexidade no município goiano, situado a 50 quilômetros de Brasília. Em luto, a Secretaria de Educação de Águas Lindas suspendeu as aulas por cinco dias na Rede Estadual de Ensino, formada por 19 escolas onde estão matriculados cerca de 17 mil estudantes.

Pela execução, Anderson será indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Se condenado, pode pegar até 30 anos de prisão. Ao Metrópoles, o delegado relatou que o jovem declarou, em depoimento, “estar arrependido” pelo crime.

“Coisa do capeta”

Dois dias após o crime, ainda em choque, o pai do assassino tentava encontrar explicações para a barbárie cometida pelo filho. “O sentimento que eu tenho é que ele foi influenciado. Não sei por quem, mas foi coisa do capeta”, acredita Eduardo Monteiro, 60.

O acusado foi transferido nesse domingo (01/09/2019) para a cadeia pública da cidade, mas rapidamente transferido. Aos agentes, garantia estar “arrependido” de ter tirado a vida do educador com uma facada.

O estudante estava isolado em uma cela e não está descartada nova transferência dele, uma vez que foi hostilizado pelos demais presos assim que chegou. Após as ameaças, Anderson foi transferido novamente para Valparaíso (GO), outro município, onde ficará mais seguro. “Tivemos que realocá-lo em decorrência do presídio estar instável. Os presos não aceitaram o crime praticado por ele. Por isso, mudamos ele de local, por questão de segurança”.

“Susto”

De acordo com o delegado Cléber Junio, Anderson confessou a autoria do crime e alegou que queria dar um susto no professor, cortando a barriga do docente. Porém, a faca acabou perfurando o abdômen da vítima de forma fatal.

Anderson teria dito, ainda, que foi conversar com Bruno Pires e pedir uma chance de ser reintegrado ao programa Mais Educação. Na versão do estudante, o professor teria dito que ele seria “um vacilão”, ocasião em que sacou a faca da cintura e desferiu o golpe contra o educador na sexta-feira (30/08/2019). A conclusão do Inquérito Policial deve ocorrer nesta semana, sendo que ainda serão feitas outras oitivas pertinentes ao caso e juntada de laudos perícias.

Anderson não apresentou advogado e o caso será comunicado à Assistência Jurídica da Comarca de Águas Lindas. A PCGO informou que ele não tem passagens policiais.

O jovem teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de Goiás no sábado (31/08/2019) e, por isso, não será necessário passar por audiência de custódia. Após esfaquear Bruno, o aluno fugiu e foi detido um dia depois do crime, em Nova Roma, na região de Posse, ao norte de Goiás. A propriedade é de um tio de criação de Anderson. Uma denúncia anônima levou a Polícia Militar do estado à fazenda em que ele estava escondido.

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