“Tá duvidando?”, disse pai antes de atirar e matar filho de 6 meses
Mãe da criança contou à polícia que marido perguntou se ele teria coragem de atirar. E “acredita ter apagado” após disparo
atualizado
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Há muito ainda a esclarecer sobre a morte do bebê Michel Salustiano, de apenas 6 meses, assassinado pelo próprio pai, Maycon Salustiano Silva, 25 anos, com um tiro de garrucha no peito. O crime ocorreu na madrugada de quarta-feira (12/9), no Jardim Ingá, em Luziânia (GO), no Entono do DF. À polícia, a mãe da criança, Jennifer Ribeiro da Silva, 20, contou que o marido lhe apontou a arma após ela se negar a manter relações sexuais, virou a garrucha para o filho e perguntou: “Está duvidando?”. Depois, teria atirado na criança.
A jovem afirmou ainda que “acredita ter apagado” e, quando acordou, encontrou o filho ensanguentado no chão. A polícia de Luziânia aguarda receber os laudos periciais e os exames toxicológicos para concluir a apuração. Apenas o homem foi preso. Ao ser questionado se matou o filho, ele não respondeu. Entretanto, disse estar arrependido e que agiu motivado pela bebida.
Antes da tragédia, o casal havia consumido brigadeiro de maconha e bebido na companhia de dois amigos. Até essa parte da história, as versões dos pais do menino são iguais. Maycon admitiu que misturou a droga com vinho. O mecânico automotivo afirmou ter ido dormir e só se lembrar de quando acordou com o filho no chão.
Já a mulher deu uma versão diferente. Segundo ela, quando estava pegando no sono, o marido começou a “falar besteiras, querendo transar”. Diante da negativa, o homem teria dito que “estava mandando” e os dois chegaram a lutar. Como não conseguiu o que queria, ele teria ido à cozinha beber água e voltou com a garrucha na mão.
Ainda de acordo com a jovem, Maycon lhe apontou a arma e, quando ela tentou acalmá-lo, ele virou a garrucha para o filho e teria tido: “Tá duvidando?”, atirando em seguida.
A partir daí, a história passa a ser contada da mesma forma novamente. O casal afirmou que acordou e encontrou o bebê no chão. Desesperados, eles acionaram amigos e familiares até conseguirem levar o menino à Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Gritos de socorro
Segundo o Metrópoles apurou, um dos policiais da ocorrência disse ter sido chamado, por volta de 1h, para ir até a rua onde o casal mora. Uma pessoa denunciou que uma mulher estava gritando por socorro. No entanto, após patrulhar a área, não encontrou nada. Por volta das 3h35, foi acionado novamente. Dessa vez, pela equipe do plantão policial da UPA, relatando a chegada do menino baleado.
De acordo com policial, a mulher contou que o marido, depois de brigarem e se agredirem, teria encostado a arma no peito do filho e questionado se a jovem duvidava da coragem dele em atirar. Após o disparo, ela teria dormido, ao justificar a demora em levar a criança à UPA.
Os militares seguiram para a casa do casal, no Parque Estrela Dalva IX. Uma arma, tipo garrucha, foi localizada no interior de um sofá. Ela estava com 20 munições intactas. Quatro estojos de munição .22 e uma de calibre .762 de festim também foram apreendidos. No berço da criança havia manchas de sangue. Os militares voltaram à UPA e deram voz de prisão ao casal, mas só o homem ficou detido. Segundo a Polícia Civil de Goiás, não há evidências contra a mulher.
O caso é investigado pela 2ª Delegacia Distrital de Polícia de Luziânia. O corpo do bebê foi liberado do Instituto Médico Legal ainda na quarta-feira (12). Não há informações sobre o enterro.