“Na verdade, queria ele morto”, diz tia de grávida morta por Wanderson
Wanderson Mota Protácio se entregou na manhã deste sábado (4/12) no município de Gameleira de Goiás, a 100km de Goiânia
atualizado
Compartilhar notícia
Após a prisão de Wanderson Mota Protácio, 21 anos, na manhã deste sábado (4/12), a tia de Raniere Aranha Figueiró sente-se “aliviada de saber que ele não vai cometer esse crime com família nenhuma”. O caseiro é acusado de matar a facadas a companheira de 19 anos, a enteada de 2 anos e um fazendeiro na região de Corumbá de Goiás, no Entorno do DF. Helena Aparecida Figueiró, 37, disse que, “na verdade, queria ele morto”.
O jovem se entregou na manhã deste sábado (4/12) após invadir uma propriedade rural no município de Gameleira de Goiás (GO). Ele fugia autoridades há seis dias. No local, ele foi acolhido pela dona da fazenda, Cinda Mara, que o convenceu a se entregar. O caseiro estava com um revólver calibre .38 furtado do patrão, em Corumbá de Goiás, além de um celular e munições de diferentes calibres.
Veja o momento que o “Novo Lázaro” é preso:
▶️ Moradores convenceram “Novo Lázaro” a se entregar à Polícia Militar.
Leia: https://t.co/zSrElxVoT7 pic.twitter.com/ksSsu6rq99
— Metrópoles (@Metropoles) December 4, 2021
Para Helena Aparecida, o caseiro foi “esperto”. “Se ele ficasse mais, ele sabia que ia ser peneirado que nem o Lázaro foi”, avalia. A tia da falecida retornou ao local do crime, em Corumbá de Goiás, assim que soube da prisão de Wanderson. “Depois que eu fui [no local do crime], parece que a dor está maior”, lamenta.
Em coletiva de imprensa na 3ª Delegacia Regional de Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, disse que o caseiro confessou os crimes, após se entregar a agentes da PM, em um posto situado em Gameleira de Goiás.
Na coletiva, que teve a participação do delegado regional de Anápolis, Vagner Coelho, o titular da SSP-GO disse que o criminoso vai responder por feminicídio, aborto (já que a esposa estava grávida de quatro meses), latrocínio (roubo seguido de morte) e roubo de arma de fogo. Somadas, as penas ultrapassam 100 anos de prisão.
As forças de segurança fizeram um cerco na região de Alexânia, Abadiânia e Gameleira de Goiás. De acordo com Rodney, as estratégias traçadas pelas polícias consideraram os riscos que a comunidade corria com o indivíduo à solta. “Apertamos o cerco, principalmente na área rural. Hoje cedo, ele se entregou e está sendo ouvido pela polícia”, disse o secretário.
Crimes em série
Após esfaquear a barriga da esposa e também matar a facadas a enteada, o caseiro furtou a arma do patrão e disparou contra o produtor rural Roberto Clemente de Matos, de 73 anos, que morava ao lado da propriedade onde o caseiro trabalhava. O criminoso agrediu, tentou estuprar e deu um tiro no ombro da esposa do fazendeiro. Ela só escapou porque se fingiu de morta em um matagal. O homem ainda bateu em Cristina Nascimento Silva, 45, e mordeu o rosto dela. A mulher está internada em um hospital de Goiânia (GO) e corre o risco de perder a visão.
A caminhonete roubada do fazendeiro vizinho ao local onde Wanderson trabalhava foi abandonada em uma rodovia da região. Wanderson vendeu o celular que pertencia a sua esposa a um receptador de Alexânia, que acabou sendo preso. Da cidade, ele fugiu de táxi para Abadiânia. Um taxista confirmou ao Metrópoles que fez a viagem. “Poderia ter sido morto“, disse o homem.
