Quadrilha do DF e Entorno faturou R$ 5 milhões com golpe em empresas
Segundo Polícia Civil de Goiás, investigados abriam firmas em nome de laranjas, compravam milhares de mercadorias e não pagavam
atualizado
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Uma quadrilha suspeita de aplicar golpes em empresas de grandes marcas esportivas, móveis, material escolar e equipamentos cirúrgicos foi presa na manhã desta quarta-feira (22/8). Cerca de 90 policiais civis foram às ruas do Distrito Federal e de municípios de Goiás. Em apenas um ano, a polícia estima que os criminosos movimentaram cerca de R$ 5 milhões.
Batizada de Operação Canindé, a investigação foi conduzida por policiais da 1ª DP do Valparaíso. Foram cumpridos quatro mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas regiões de Águas Claras, Santa Maria, Cidade Ocidental (GO), Luziânia (GO), Novo Gama (GO) e Valparaíso (GO).
De acordo com as apurações, os investigados abriam empresas em nome de laranjas, começavam a atuar no mercado e realizavam transações comerciais. Eles adquiriam produtos de diversas espécies e pagavam à vista. As comercializações eram feitas por até três vezes. Na quarta compra, os criminosos encomendavam um grande lote e não pagavam.
“No começo, eles conquistavam a confiança dos fornecedores. Pagavam de maneira correta, sem atrasos. Assim que conseguiam aplicar o golpe, deixando de pagar a nova remessa com um grande número de mercadorias, desapareciam e repassavam os materiais para diversas distribuidoras. Essas, por sua vez, vendiam os produtos por preços abaixo dos praticados no mercado”, detalhou o delegado Rodrigo Mendes.
Quatro galpões usados para armazenar os produtos foram identificados. Nos locais, os agentes apreenderam centenas de mercadorias,como roupas, artigos esportivos, equipamentos cirúrgicos, móveis e materiais escolares.
As estruturas estão localizadas no Entorno do Distrito Federal. De acordo com o delegado, essa é apenas a primeira fase da operação e há indícios da atuação da organização criminosa no Rio de Janeiro, em Santa Catarina, no Rio Grande do Norte e no Rio Grande do Sul.
Os presos serão autuados por organização criminosa, receptação, crime contra à ordem tributária, estelionato e falsidade ideológica. A Secretaria de Fazenda do Estado de Goiás também participou da operação.
Luvas
O delegado Rodrigo Mendes lembra que o caso começou a ser investigado depois que um empresário de Goiás procurou a polícia para informar sobre uma venda irregular de luvas cirúrgicas.
“Ele nos explicou que era o único autorizado a comercializar uma determinada marca de luvas, mas tinha descoberto que o produto estava sendo vendido por outras lojas, a preços inferiores. No decorrer das investigações, constatamos que o esquema montado pela organização ultrapassava os limites de Goiás”, explicou.
Arara
O nome da operação se refere ao pássaro Canindé, considerado a arara do Cerrado. De acordo com a polícia, o golpe aplicado pelos investigados é informalmente chamado de “Golpe da Arara”.