Parque da Chapada dos Veadeiros assegura título da Unesco
A decisão foi anunciada na 41ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da entidade, realizada na semana passada em Cracóvia, na Polônia
atualizado
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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) afastou o risco de o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, localizado em Goiás, perder o título de Patrimônio Natural da Humanidade. A decisão foi anunciada na 41ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da entidade, realizada na semana passada em Cracóvia, na Polônia.
No encontro, a comunidade internacional assegurou a manutenção do título, um mês após a ampliação da unidade de conservação de 65 mil para 240 mil hectares, anunciada pelo governo federal em 5 de junho. Para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão da unidade, a manutenção do título de patrimônio natural é resultado direto da expansão, por ter afastado ameaças à integridade do parque nacional.
O parque abriga 32 espécies da fauna e 17 da flora ameaçadas de extinção, que poderiam desaparecer sem a garantia de proteção integral da unidade de conservação, entre elas o cervo-do-Pantanal, o lobo-guará, o pato-mergulhão e a onça-pintada.
Sobre a região, a Unesco avalia que “esses locais têm servido de refúgio para várias espécies durante os períodos de mudanças climáticas e permanecerá vital para a manutenção da biodiversidade da região do Cerrado em flutuações climáticas futuras.”
A ampliação do parque no último mês ocorreu após diversas tentativas, com pressão de ambientalistas e da sociedade civil diante de impasse com o governo estadual e setores do agronegócio.
Além das localidades Alto Paraíso, Cavalcante e Colinas do Sul, que já faziam parte do parque, os novos limites incluem parte dos municípios de Teresina de Goiás, Nova Roma e São João da Aliança. Dessa forma, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros passou a formar – junto com a Área de Proteção Ambiental (APA) estadual do Pouso Alto, 22 reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs) e o território quilombola Kalunga – um vasto mosaico de unidades de conservação.