Padres suspeitos de desviar R$ 2 milhões passam pela 1ª audiência
Grupo de religiosos teria usado dinheiro doado por fiéis e lucro com a realização de festas religiosas para custear despesas pessoais
atualizado
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A primeira audiência do caso dos religiosos de Formosa (GO) acusados de desviar R$ 2 milhões é realizada na manhã desta segunda-feira (10/9). A audiência de instrução já havia sido adiada. O julgamento teve início às 8h40 na 2ª Vara Criminal de Formosa.
Os acusados são o bispo da Diocese de Formosa (GO), José Ronaldo Ribeiro, e os padres de paróquias da cidade. Todos foram investigados na Operação Caifás. O grupo de religiosos teria usado o dinheiro doado por fiéis por meio do pagamento de dízimo, além do lucro com a realização de festas religiosas, para custear despesas pessoais.
Para dar aparente regularidade às finanças, segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público, eles apresentavam declarações falsas, promovendo a baixa na contabilidade.
Operação Caifás
Os religiosos foram alvo da Operação Caifás, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás no dia 19 de março deste ano, com o apoio da Polícia Civil do estado. A Justiça transformou a prisão temporária de oito pessoas em preventiva. Entre os que ficaram encarcerados no presídio de Formosa, está dom José Ronaldo.
Ao todo, 11 pessoas passaram a ser réus perante a 2ª Vara Criminal do município goiano. Elas respondem por delitos de associação criminosa, falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Um dos motivos que embasaram o pedido de prisão preventiva está o fato de, durante as escutas, os promotores identificarem risco de fuga de dom José Ronaldo para a Itália.
Para a defesa dos acusados, eles não cometeram irregularidades. Ainda de acordo com os defensores, todos os recursos são fruto do “trabalho árduo” dos religiosos nas 33 igrejas que fazem parte da diocese de Formosa. Em um ano, elas movimentaram entre R$ 15 milhões e R$ 16 milhões.