metropoles.com

MP acha R$ 70 mil em fundo falso na casa de monsenhor no Entorno do DF

O dinheiro estava dentro de um armário na residência do religioso, em Planaltina de Goiás. Ele e outros oito são acusados de desviar dízimos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Vídeo
Dinheiro encontrado com monsenhor
1 de 1 Dinheiro encontrado com monsenhor - Foto: Reprodução/Vídeo

Durante a Operação Caifás, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás nesta segunda-feira (19/3), foram encontrados R$ 70 mil escondidos em um fundo falso de um armário na casa do monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, em Planaltina (GO). O dinheiro, de acordo com os investigadores, pode ter sido desviado de dízimos pagos por fiéis da Igreja Católica.

O monsenhor está entre os nove presos na operação. Promotores e policiais de Goiás cumpriram ainda 10 mandados de busca e apreensão. Os desvios vêm sendo feitos desde 2015, conforme apontam as investigações, e são calculados em mais de R$ 2 milhões. Teriam sido utilizados, segundo interceptações telefônicas, para comprar bens, como fazenda de gado e casas lotéricas. Tudo para fins particulares.

O bispo de Formosa Dom José Ronaldo e quatro padres também foram presos. As investigações começaram após o Ministério Público ter recebido denúncias de fiéis que desconfiaram dos desvios. Entre as suspeitas, estava o fato de as despesas da casa episcopal de Formosa, onde o bispo mora, terem passado de R$ 3 mil para R$ 50 mil desde que Dom José Ronaldo assumiu o posto.

 

Confira os religiosos que foram alvos de mandados de prisão ou de busca e apreensão:

6 imagens
Padre Moacyr é suspeito de ser sócio oculto de lotérica
1 de 6

Bispo dom José Ronaldo, de Formosa

Reprodução
2 de 6

3 de 6

4 de 6

Padre Moacyr é suspeito de ser sócio oculto de lotérica

Reprodução
5 de 6

6 de 6

 

Foram apreendidas caminhonetes da cúria de Formosa em nome de terceiros, além de grande quantia de dinheiro em espécie, relógios e computadores. De acordo com o MP, os padres viviam sob constante intimidação por parte do bispo, que trouxe de São Paulo um juiz eclesiástico. Thiago Venceslau, um dos presos, participava de reuniões com os religiosos e os convencia a abafar o esquema, indicam as diligências.

Batizada de Caifás (pessoa que encaminhou Cristo para o julgamento), a operação contou com o apoio da Polícia Civil de Goiás. O Ministério Público identificou, inclusive, a produção de um relatório com dados falsos para maquiar as contas da cúria. Porém, escutas do MP comprovaram que os desvios eram reais.

João Batista, 84, frequenta a igreja em Formosa há 40 anos e disse que não se surpreende com o escândalo envolvendo os religiosos. “Ele (bispo) nunca apresentou uma postura digna. Mas isso não abala minha fé”, assegura.

3 imagens
Delegado e promotores que comandaram operação
Igreja de Formosa: segundo MP, doações de fiéis eram desviadas
1 de 3

Igreja de Formosa

Vinicius Santa Rosa/Especial para o Metrópoles
2 de 3

Delegado e promotores que comandaram operação

Vinicius Santa Rosa/Especial para o Metrópoles
3 de 3

Igreja de Formosa: segundo MP, doações de fiéis eram desviadas

Vinicius Santa Rosa/Especial para o Metrópoles

 

O vigilante José da Silva, 46, também critica o bispo. “Era muito radical. Desde o início, não agradava boa parte dos frequentadores da Igreja. Eles brincaram com a fé do povo. Essa é a verdade”, disparou.

O MP deve oferecer denúncia nesta semana contra os acusados, que estão presos temporariamente. Eles poderão responder na Justiça por associação criminosa, apropriação indébita e falsidade ideológica. “É importante dizer que, nesse caso, a Igreja Católica foi vítima”, disse o promotor Douglas Chegury, durante coletiva à imprensa na tarde desta segunda.

Confira os nomes dos presos

Dom José Ronaldo — bispo de Formosa
Epitácio Cardozo Pereira — monsenhor de Planaltina de Goiás
Moacyr Santana — padre
Mário Vieira de Brito — padre
Guilherme Frederico Magalhães — secretário da cúria
Thiago Venceslau/juiz eclesiástico, que veio de São Paulo ajudar o bispo a “intimidar” os padres
Waldson José de Melo — padre
Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto — seriam “laranjas” usados pelo padre Moacyr para tomar conta da lotérica que pertencia a ele, segundo investigações do MP

Aguarde mais informações

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?