Motorista de transporte pirata foge de fiscais e agride policial na 040
Ele tentou atropelar um dos agentes e seguiu em fuga. Três passageiras que estavam no veículo ficaram em pânico
atualizado
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A abordagem da polícia a um veículo que fazia transporte clandestino de passageiros terminou em perseguição, pavor e agressão na BR-040, rodovia que liga Brasília ao Rio de Janeiro.
O condutor, identificado como Wagner Cipriano da Silva, 31 anos, foi flagrado por homens da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no momento em que pegava passageiros em uma parada de ônibus. Os policiais, em duas motos, deram o sinal para o motorista encostar o veículo. A ordem foi obedecida. No entanto, com o carro ainda ligado, ele tentou atropelar um dos agentes e seguiu em fuga.
Durante a perseguição, o veículo com três passageiras chegou a rodar na pista. Silva seguiu em alta velocidade em direção aos policiais.
As vítimas gritavam por ajuda e pediam para estacionar. Entretanto, o homem continuou fazendo manobras e ultrapassagens arriscadas.
A fuga só teve fim quando Wagner ficou encurralado em uma pista sem saída, perto do Parque Esplanada 4, em Valparaíso (GO). As passageiras saíram do carro em pânico enquanto o ele repetia que fugiu porque estava com medo.
O motorista resistiu à prisão e chegou a agredir os policiais. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Valparaíso (GO), os policiais informaram que o condutor apresentava sinais de embriaguez.
Em depoimento, as passageiras lembram que o objetivo era descer na parada do ParkShopping, no Guará. Contam, ainda, que os policiais chegaram a atirar no pneu do veículo em que elas estavam.
O motorista permaneceu calado, assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência, onde se comprometeu a comparecer em juízo. Em seguida, o homem foi liberado. O carro usado para o transporte clandestino estava com restrição judicial.
Piratas do asfalto
No ano passado, o Metrópoles mostrou em uma série de três reportagens especiais, após quatro meses de apuração, que o transporte pirata no DF envolve uma organização criminosa, com a participação de servidores públicos e policiais militares.
Os números do transporte ilegal de passageiros nas vias da capital do país impressionam. São mais de 10 mil veículos, que movimentam R$ 3 milhões por dia. Servidores contaram que os “pirateiros” têm acesso às rotas da fiscalização assim que as ordens de serviço começam a circular entre as equipes.