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Motoqueiro diz que deu carona a Wanderson: “Era idêntico ao bandido”

Motociclista estava a caminho do trabalho, na zona rural, quando deu carona para jovem. Ele suspeita que seja o procurado por mortes em GO

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Moto em que trabalhador rural pode ter dado carona para Wanderson Protácio
1 de 1 Moto em que trabalhador rural pode ter dado carona para Wanderson Protácio - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Gameleira de Goiás – O início da manhã na região rural de Gameleira de Goiás é marcado por motocicletas andando nas estradas de terra, com trabalhadores rurais a caminho das plantações de soja onde são empregados. É tradição no local dar carona para os funcionários que estão sem locomoção e ficam na beira da estrada. O fugitivo Wanderson Mota Protácio, de 21 anos, procurado a cinco dias por matar três pessoas, pode ter se aproveitado dessa tradição para fingir ser um trabalhador e conseguir andar alguns quilômetros.

Na manhã da última quinta-feira (2/12), um funcionário de uma plantação estava a caminho da fazenda em que trabalha, quando decidiu dar carona para um desconhecido. O jovem montou na garupa sem capacete mesmo. Acontece que no meio do caminho, percebeu que o homem na garupa tinha as mesmas características de Wanderson.

“Quando eu dei uma freada, por causa de um quebra-molas, ele levantou o rosto e eu vi a cara dele no retrovisor. Aí vi que era idêntico ao bandido! Nessa hora eu pensei que ele ia apontar uma arma para mim. Me deu uma adrenalina. Fiquei com medo”, contou o motociclista ao Metrópoles, que pediu para não ser identificado.

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Moto em que trabalhador rural pode ter dado carona para Wanderson Protácio
Moto em que trabalhador rural pode ter dado carona para Wanderson Protácio
Moto em que trabalhador rural pode ter dado carona para Wanderson Protácio
Moto em que trabalhador rural pode ter dado carona para Wanderson Protácio
Cartaz de Wanderson Protácio, suspeito procurado de cometer crimes em série em Corumbá de Goiás
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Moto em estrada na região de Gameleira de Goiás

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Moto em que trabalhador rural pode ter dado carona para Wanderson Protácio

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Moto em que trabalhador rural pode ter dado carona para Wanderson Protácio

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Moto em que trabalhador rural pode ter dado carona para Wanderson Protácio

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Moto em que trabalhador rural pode ter dado carona para Wanderson Protácio

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Cartaz de Wanderson Protácio, suspeito procurado de cometer crimes em série em Corumbá de Goiás

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Estrada de terra na região onde buscas por Wanderson Mota ocorrem

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Wanderson Mota Protácio tinha antecedente criminal por homicídio

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Caseiro Wanderson Mota Protácio, durante depoimento à Justiça, em 2019

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Wanderson Mota Protácio era acusado de matar a esposa e a enteada em Corumbá de Goiás

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Wanderson Mota Protácio é suspeito de matar a própria companheira, grávida, e a enteada em Goiás

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Local onde criminoso matou a família em Corumbá de Goiás

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Veículo abandonado tinha marcas de sangue

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Carro usado em fuga foi abandonado na beira de rodovia

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Conversa

Segundo o trabalhador rural que guiava a moto, o suspeito teria dito que era de Abadiânia e que queria ir para Goianápolis. O suspeito usava uma camiseta cinza, boné velho azul e desbotado, uma corrente prata larga, uma calça jeans velha e uma botina barata. Ele estaria bastante sujo.

“Ele disse que queria ir para Goianápolis e eu ensinei pra ele como chegava. Eu perguntei se ele estava trabalhando em alguma fazenda e ele respondeu: Ralando”, relatou o funcionário da fazenda.

O suposto Wanderson foi deixado na porta da fazenda, de onde seguiu na estrada de chão rumo a Goianápolis. No entanto, um outro trabalhador rural disse ter visto o suspeito entrar em uma mata fechada conhecida como cascalheira, a poucos metros da entrada da fazenda.

Tatuagens

No momento em que o homem descia da moto, o motociclista ainda tentou ler as tatuagens no braço do caroneiro. “Eu olhei no braço dele e vi a tatuagem, eu tentei ler, mas ele percebeu e virou o braço. Aí nessa hora eu vazei”, relatou o trabalhador.

Assim que deixou o suspeito na porta da fazenda, o motoqueiro correu até o local onde estavam os colegas de trabalho. Ele relatou o encontro com o suspeito e confirmou a identidade ao ver a foto do fugitivo no celular de um dos colegas.

A polícia foi acionada e chegou ao local ser de uma hora e meia depois. Equipes da Polícia Militar e Civil fizeram uma operação na área em volta do local onde o suspeito foi encontrado. O funcionário que deu a carona foi levado até a delegacia regional de Anápolis, onde deu depoimento sobre o caso.

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Wanderson Protácio é acusado de três homicídios
Atenções dos policiais estavam voltadas para zona rural
Viatura da PM fazia buscas pelo caseiro Wanderson Mota Protácio
Povoado de Mocambinho, município de Gameleira de Goiás
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Forças de segurança buscavam pistas do suspeito pela região

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Wanderson Protácio é acusado de três homicídios

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Atenções dos policiais estavam voltadas para zona rural

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Viatura da PM fazia buscas pelo caseiro Wanderson Mota Protácio

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Povoado de Mocambinho, município de Gameleira de Goiás

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Investigações

Equipes policiais se concentraram na região entre o final da manhã de quinta e o início da tarde, mas o movimento de viaturas diminuiu bastante conforme foi se aproximando a noite. As aulas da escola municipal do povoado de Mucambinho, próximo à fazenda em que o suspeito foi visto, foram suspensas desde quinta.

Mesmo com a aparente calmaria depois da carona para o suspeito, o trabalhador rural que deu a carona diz ainda estar abalado com a situação.

“Eu quase nem dormi essa noite preocupado com minha família. Para mim é um terror. A hora que pegar o bandido eu fico satisfeito.”

Crimes em série

Os crimes em série de Wanderson Protácio teriam sido praticados no fim da tarde de domingo (28/11). De acordo com a Polícia Civil, o jovem teria matado a facadas a própria esposa, Raniere Aranha Figueiró, de 19 anos, e a filha dela, Geysa Aranha da Silva Rocha, de 2 anos.

Na sequência, o caseiro invadiu a casa de um vizinho, roubou o revólver dele e matou a tiros o produtor rural Roberto Clemente de Matos, de 73 anos. Ele teria cometido o crime para roubar uma camionete. Neste mesmo episódio, teria tentado estuprar a esposa da vítima, de 45 anos, não conseguiu e a baleou. A mulher sobreviveu.

A caminhonete roubada foi abandonada em uma rodovia da região. Wanderson vendeu o celular que pertencia a sua esposa a um receptador de Alexânia, que acabou sendo preso. Da cidade, ele fugiu de táxi pelo menos até Abadiânia. Um taxista confirmou ao Metrópoles que fez a viagem e relatou o perigo que enfrentou sem saber.

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Taxista transportou Wanderson Mota Protácio, suspeito de três mortes em Goiás, de Alexânia a Abadiânia, no Entorno do DF
Guichê de empresa de ônibus em Alexânia onde Wanderson comprou bilhete de passagem para a capital
Rodoviária de Alexânia, onde Wanderson Protácio teria planejado embarcar para Goiânia
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Mensagens chegaram no celular do taxista no momento em que ele transportava o suspeito, mas ele só as viu depois

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Taxista transportou Wanderson Mota Protácio, suspeito de três mortes em Goiás, de Alexânia a Abadiânia, no Entorno do DF

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Guichê de empresa de ônibus em Alexânia onde Wanderson comprou bilhete de passagem para a capital

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Rodoviária de Alexânia, onde Wanderson Protácio teria planejado embarcar para Goiânia

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Crimes no currículo

Essa onda de crimes não é única passagem de Wanderson pelo mundo do crime. Em 2019, ele esfaqueou várias vezes uma jovem de 18 anos no dia do aniversário dela. O caso foi em Goianápolis (GO). O agressor só parou com os ataques porque a faca quebrou. Ele chegou a ser preso pela tentativa de feminicídio. À época, em uma audiência, ele zombou do episódio. O jovem acabou sendo solto em março de 2020.

Em 25 de novembro aquele ano, Wanderson se envolveu em outro crime, dessa vez em Minas Gerais. Ele é apontado como participante na morte do taxista Maurício Lopes Mariano, de 25 anos, em São Gotardo. Ele foi preso na região junto com outras três pessoas (dois adolescentes) pelo crime. O taxista teria sido amarrado com o cinto de segurança e esfaqueado até a morte.

Chama a atenção o caso de Wanderson e as semelhanças com a história do criminoso Lázaro Barbosa, de 32 anos, que cometeu crimes em série no Entorno do DF em junho deste ano. Após cometer homicídios em sequência, o também caseiro passou 20 dias fugindo das forças policiais na região, até ser morto em um confronto no dia 28 de junho.

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