Família das vítimas sobre a morte de novo Lázaro: “Deus permitiu”
Odair José Coelho, tio paterno das vítimas, comentou que morte de homem conhecido como “novo Lázaro” põe fim à angústia da família
atualizado
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Depois de receberem a notícia da morte do criminoso Wanderson Mota Protácio, 21 anos, conhecido como “novo Lázaro”, os familiares das vítimas se dizem aliviados. O homem ficou conhecido após fuga e perseguição policial que durou quase uma semana, em Goiás, no ano passado.
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Ele foi encontrado morto no presídio onde estava preso, na manhã desta terça-feira (18/1).
Wanderson teria degolado e esfaqueado Raniere Aranha Figueiró e a filha dela, Geysa Aranha da Silva Rocha. A mulher estava grávida de 4 meses dele e, mesmo assim, recebeu diversas facadas na barriga.
Segundo Odair José Coelho, tio paterno das vítimas, as mortes das sobrinhas assustaram pela violência. Agora, segundo ele, a notícia do possível suicídio do criminoso põe fim à angústia vivida no último mês pelos familiares. “Nós não deveríamos desejar a morte de ninguém. Deus permitiu. Justiça feita. A dor da perda ainda é muito grande”, pontuou.
“Ele fez várias perfurações na barriga da Raniere. E ela, inclusive, estava grávida de 16 semanas de um filho dele. Muito frio e calculista, Wanderson cortou o pescoço dela”, contou. A moça tinha escoriações nos dedos. De acordo com a família, Wanderson vivia com a jovem e a enteada havia, aproximadamente, 5 meses.
“É difícil julgar e condenar alguém. Mas, diante de tudo o que ele fez, era difícil não desejar a morte para ele. Para pagar em vida, não paga. Nada vai trazer a vida delas de volta, mas, com ele vivo, vivíamos na angústia. Um peso a menos”, acrescentou.
Corpo de Wanderson estava pendurado por lençol amarrado ao pescoço
Suspeita de suicídio
Wanderson estava detido no Núcleo de Custódia que fica no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital. A unidade é de segurança máxima.
Segundo a assessoria de comunicação da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o caso, a princípio, é tratado como suicídio. O criminoso teria se matado com um lençol amarrado no pescoço, mas só a perícia será capaz de atestar o real motivo.
Ele estava sozinho na cela, conforme a DGAP, e foi encontrado por volta das 7h20, no momento da entrega do café da manhã.
Wanderson ficou conhecido por matar a facadas a companheira e a filha dela, além de um fazendeiro, na região de Corumbá de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. O triplo homicídio ocorreu em 28 de novembro.
Em seis dias de buscas pelo caseiro, a ação policial circulou por diferentes pontos no território goiano. À procura do foragido, forças de segurança se espalharam pela área entre Alexânia e Abadiânia e, posteriormente, se deslocaram para Gameleira de Goiás, já bem próximo a Anápolis e Goianápolis.
Ele foi preso na manhã de 4 de dezembro em Gameleira de Goiás, após se entregar à polícia. A rendição foi intermediada por um casal que vive na zona rural da cidade, a 100 Km de Goiânia.
O assassino
Vindo do Maranhão para trabalhar no cultivo de tomate no município goiano, Wanderson se relacionava com Raniere havia cinco meses. A moça estava grávida de 16 semanas.
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Amigos das vítimas acompanhavam o velório, em 30 de novembro, estarrecidos. Segundo eles, não havia registro de briga entre o casal, e Wanderson tratava a enteada muito bem. O crime chocou os moradores do município – que tem, atualmente, cerca de 11 mil habitantes.
Após assassinar a esposa e a criança, Wanderson invadiu duas fazendas. Na primeira, roubou um revólver. Na segunda, matou um fazendeiro, identificado como Roberto Clemente de Matos, e tentou estuprar a esposa dele. O criminoso acertou o ombro da mulher com um tiro e levou o carro do casal.