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Ex-vereadores e ex-secretário são alvo de operação policial em Formosa

Investigações apontam esquema criminoso de dispensa indevida de licitações. Prejuízo milionário gira em torno de R$ 20 milhões

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Operação Críton 3
1 de 1 Operação Críton 3 - Foto: Divulgação/MPGO

O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e a Polícia Civil de Goiás (PCGO) desencadearam, na madrugada desta segunda-feira (16/08), em Formosa, no Entorno do Distrito Federal, a operação Críton, com o objetivo de cumprir 10 mandados de busca e apreensão em residências de ex-vereadores e um ex-secretário do município, bem como no gabinete da presidência da Câmara de Vereadores.

As buscas foram decretadas pelo juiz Fernando Oliveira Samuel da 2ª Vara Criminal de Formosa. São alvos o atual presidente da Câmara de Vereadores, Acinemar Gonçalves Costa, conhecido como “Nema”, os ex-vereadores Antônio Faleiro Filho, Emílio Torres de Almeida, Jesulindo Gomes de Castro, Jorge Gomes da Mota, Nélio Marques de Almeida e Wenner Patrick de Sousa, além do ex-secretário Rodrigo Melo da Natividade.

Segundo informações do MPGO, a investigação apurou que entre os anos de 2012 e 2016 prefeitos e secretários de Formosa articularam e executaram um elaborado esquema criminoso de dispensa indevida de licitações. Por meio deste, centenas de apadrinhados e apoiadores políticos foram ilegalmente contratados para prestar serviços na prefeitura sem a realização de concurso público.

Veja imagens da operação:

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Os crimes praticados no período foram possíveis mediante o emprego fraudulento de uma cooperativa de catadores de lixo (Cooperativa Recicla) que intermediava as contratações e resultou em prejuízos milionários aos cofres públicos, de cerca de R$ 20 milhões.

Em razão dos fatos, os ex-prefeitos Pedro Ivo de Campos Faria e Itamar Sebastião Barreto, além dos ex-secretários Abílio de Siqueira Filho, Eduardo Leonel de Paiva e Gilmar Francisco de Sousa, e da funcionária da cooperativa Flavineide Rocha, foram condenados em julho deste ano no âmbito da operação Treblinka.

O Ministério Público, nesta segunda fase de operação, busca responsabilizar os agentes políticos da época que se valeram da condição de vereadores e secretário para solicitar vantagem indevida, consistente em contratações ilegais de seus protegidos políticos, via cooperativa de catadores de lixo, para a prestação de serviços ao Poder Público municipal, o que configura o delito de corrupção passiva.

A operação é coordenada pelo promotor de justiça Douglas Chegury e o delegado regional de polícia civil José Antônio Sena. Em caso de condenação, os investigados estão sujeitos a uma pena de reclusão que varia de 2 a 12 anos de prisão.

A operação Críton é uma referência ao diálogo travado entre o filósofo grego Sócrates e seu discípulo
Críton (ano 399 a.c) acerca dos conceitos de justiça e de dever. Sócrates foi condenado à morte e recusou a proposta de Críton para fugir da prisão, pois entendia que a injustiça da condenação não poderia ser corrigida pela
injustiça da fuga. Assim, o filósofo acatou a sentença e ingeriu veneno.

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