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Estudante que matou professor é transferido para Valparaíso (GO)

Anderson da Silva Leite Monteiro deixou a cadeia de Águas Lindas (GO) por receber ameaças de outros presos

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1 de 1 anderson11-960×640 - Foto: PMGO/Divulgação

Anderson da Silva Leite Monteiro, 18 anos, assassino confesso do professor Bruno Pires de Oliveira, 41, no Colégio Estadual Machado de Assis (Cema), em Águas Lindas de Goiás (GO), Entorno do DF, foi transferido neste domingo (01/09/2019) a penitenciária de Valparaíso (GO). Mais cedo, na cadeia pública de Águas Lindas disse estar “arrependido” de ter tirado a vida do educador com uma facada.

O jovem foi levado a Valparaíso porque o estudante, mesmo isolado em uma cela em Águas Lindas, foi hostilizado pelos demais presos. Segundo a Polícia Civil de Goiás, Anderson será indiciado por homicídio doloso consumado qualificado, em virtude de motivação fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e pode pegar pena de até 30 anos de prisão.

De acordo com o delegado Cléber Junio, da regional de Águas Lindas e titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), Anderson confessou a autoria do crime e alegou que queria dar um susto no professor, cortando a barriga do docente. Porém, a faca acabou perfurando o abdômen da vítima de forma fatal.

Anderson teria dito, ainda, que foi conversar com Bruno Pires e pedir uma chance de ser reintegrado ao programa Mais Educação. Na versão do estudante, o professor teria dito que ele seria “um vacilão”, ocasião em que sacou a faca da cintura e desferiu o golpe contra o educador na sexta-feira (30/08/2019). A conclusão do inquérito policial deve ocorrer nesta semana, sendo que ainda serão feitas outras oitivas pertinentes ao caso e juntada de laudos periciais.

Anderson não apresentou advogado e o caso será comunicado à Assistência Jurídica da Comarca de Águas Lindas. A PCGO informou que ele não tem passagens policiais.

O jovem teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de Goiás no sábado (31/08/2019) e, por isso, não será necessário passar por audiência de custódia. Após esfaquear Bruno, o aluno fugiu e foi detido um dia depois do crime, em Nova Roma, na região de Posse, ao norte de Goiás. A propriedade é de um tio de criação de Anderson. Uma denúncia anônima levou a Polícia Militar do estado à fazenda em que ele estava escondido.

Os policiais chegaram à paisana e pegaram o suspeito de surpresa. Nas imagens divulgadas pela PMGO, Anderson aparece algemado. Antes de ser colocado no cubículo, um policial pergunta ao estudante onde estaria a faca usada para matar o professor. “Não está aqui, senhor, eu joguei em um terreno em frente à escola”, respondeu. Em seguida, o cubículo foi fechado. A faca, na verdade, já havia sido encontrada no dia do crime, por policiais civis, na cena do assassinato.

Em outro vídeo, Anderson é filmado por policiais explicando o motivo pelo qual estava em Posse. “Fugi para escapar do flagrante, como o advogado mandou. Parabéns pra Polícia Militar de Goiás”, disse. Na manhã do mesmo dia, a Justiça de Goiás havia decretado a prisão preventiva do suspeito. À tarde, o corpo do docente foi enterrado no cemitério de Taguatinga.

O crime

Segundo o delegado plantonista de Águas Lindas, Rodrigo Mendes, Anderson “estava muito nervoso” na sexta, por volta das 11h55. Ele se encontrou com Bruno no estacionamento, no momento em que o professor se dirigia até a sua moto para ir embora. Nessa ocasião, o estudante desferiu um único golpe de faca no docente e fugiu. A lâmina perfurou o fígado do educador, que tinha contrato temporário.

“Bruno entrou na sala dos professores e disse que o ‘Anderson Grandão’ o havia atacado. Uma professora nem acreditou e chegou a sair para ver se encontrava o jovem. A vítima chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital”, detalhou o delegado Mendes.

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Anderson Silva fugiu após esfaquear o professor
Vigília na escola
Vigília na escola
Manifestação dos estudante da escola na marginal da BR-070
Moradores do município fazem ato pelo professor morto
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Bruno Pires foi morto na escola

Facebook/Reprodução
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Anderson Silva fugiu após esfaquear o professor

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Vigília na escola

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Vigília na escola

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Manifestação dos estudante da escola na marginal da BR-070

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Moradores do município fazem ato pelo professor morto

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Vigília na escola

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Polícia Militar foi acionada no dia do crime

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Movimentação de policiais em frente ao colégio

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Rodrigo Mendes, delegado plantonista da 1ª Delegacia de Polícia de Águas Lindas (GO)

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Colégio Estadual Machado de Assis, em Águas Lindas (GO)

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As aulas foram suspensas por cinco dias

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Manifestação dos estudantes da escola na marginal da BR-070

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Polícia Militar na entrada de escola no estado de Goiás

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Amigos e famíliares estavam arrasados com a morte brutal do professor
Otávio Rodrigues Pires Neto (blusa azul) é irmão do professor assassinado pelo aluno
Dezenas de amigos e familiares marcaram presença no velório, no cemitério de Taguatinga
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Alunos da escola onde a vítima trabalhava compareceram ao enterro

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Amigos e famíliares estavam arrasados com a morte brutal do professor

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Otávio Rodrigues Pires Neto (blusa azul) é irmão do professor assassinado pelo aluno

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Dezenas de amigos e familiares marcaram presença no velório, no cemitério de Taguatinga

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Irmão de Bruno
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A mãe de Bruno

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Irmão de Bruno

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Ameaças

Familiares, amigos e a namorada de Bruno Pires de Oliveira relataram que ele sofria ameaças no colégio. Gracielle Tavares, companheira da vítima e professora na mesma escola, revelou que o educador já havia sido ameaçado há cerca de um mês por outro estudante. “Jamais pensei que o Anderson o mataria. Não havia problemas com ele”, disse.

A mãe do professor, Maria das Graças, também disse que no dia do assassinato, durante café da manhã, o filho mencionou que corria perigo: “Querem me matar, mãe, mas eu não vou morrer hoje não, viu?” O irmão do professor contou que Bruno estava tocando projetos que desagradavam a algumas pessoas. “Meu irmão era um vocacionado”, destacou o comerciante Otávio Rodrigues, 44.

Segurança

Nesta segunda-feira (02/09/2019), às 16h, moradores de Águas Lindas pretendem fazer uma passeata para cobrar maior presença policial no colégio onde aconteceu a tragédia. O tema também foi tratado entre o prefeito da cidade, Hildo Candango, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

O prefeito reconheceu que a escola não tinha agentes de segurança e pediu, em caráter de urgência, que pelo menos uma patrulha escolar fosse instituída no município goiano. “É uma reivindicação antiga da comunidade. O governador se mostrou sensível”, afirmou o prefeito, que acompanhou o enterro do professor no cemitério de Taguatinga.

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