Marido de mulher morta por Covid-19 está em hospital de campanha

O marido da idosa de 66 anos que morreu na última quinta-feira (26/03), em Goiás, por coronavírus, foi internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI), no Hospital do Servidor Público, na capital goiana. É o primeiro paciente do hospital de campanha. A situação do idoso de 74 anos segue grave. O resultado do exame deve sair nas próximas 48h.

Conforme mostrou o Metrópoles, o homem estava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Ingá, na região do Entorno do Distrito Federal. Ele ainda não teve o resultado definitivo da doença por falta de teste para a Covid-19 no município. As informações foram confirmadas pela Prefeitura de Luziânia (GO).

Parentes e pessoas próximas ao casal estão sendo monitoradas pela Secretaria de Saúde Municipal de Luziânia (GO), onde a vítima de coronavírus morava.

O secretário de Saúde do município, José Walter, afirmou que o estado de saúde do idoso inspira cuidados, mas os outros três pacientes testados positivos para doença seguem com quadro estável.

“A situação do marido dela inspira cuidados por ser um senhor idoso [74 anos] e ter comorbidades. O quadro dele é grave. Já os outros três casos, compostos por pessoas na faixa de 35 anos, estão estáveis. Por enquanto, mais nem um caso foi registrado. É importante lembrar que todas as pessoas que tiveram contato com os infectados estão sendo monitoradas”, explicou José Walter.

O secretário ainda reforçou o pedido para que as pessoas fiquem em casa. “A recomendação do governador Caiado para que as pessoas evitem Brasília está certa, mas aqui em Luziânia temos 50 mil pessoas que trabalham no DF. É difícil, mas, se não houver um motivo de urgência, peço que às pessoas fiquem em casa”, completou.

Não há registros de novos casos da doença nesta sexta-feira (27/03) na cidade do Entorno do DF.

Isolamento 

Desde que a mulher foi diagnosticada com a doença, familiares da primeira vítima de coronavírus registrada em Goiás foram isolados. A idosa de 66 anos estava internada no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, e havia sido transferida de Luziânia (GO). A cidade, que fica a cerca de 80 km do DF, tem aproximadamente 200 mil habitantes. A paciente esteve em Brasília há 10 dias.

Nessa quinta-feira, o Metrópoles revelou que médicos e enfermeiros responsáveis por atender a primeira vítima da doença não usavam equipamentos de proteção individual (EPIs) quando a mulher esteve na UPA do Jardim Ingá, no último dia 24.

Trecho do relatório médico diz o seguinte: “Deixo aqui relatado que, na unidade toda, a equipe de limpeza, técnicos em enfermagem, radiologia e médica foram expostos sem nenhum EPI necessário para a gravidade do quadro. Ficando desobrigados perante o artigo 135 do Código Penal, não configurando como omissão de socorro nem negativa de atendimento, pois o crime só ocorre quando se é possível prestar assistência sem risco pessoal”.