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Um caso bárbaro revolta Formosa (GO), no Entorno do Distrito Federal. Na madrugada de sábado (16/11/2019), uma professora morreu ao ter o pescoço cortado por uma armadilha de arame, quando passava de moto pela Avenida Senador Coimbra, que fica no Parque Vila Verde. O que causou ainda mais revolta porque, com a vítima já sem vida, os criminosos enfiaram a mão no bolso dela para levar R$ 30.
A vítima é Rosimeire Brito do Nascimento, 37 anos. Além de professora, ela também ajudava a família na organização de eventos. O crime ocorreu quando ela voltava após trabalhar em um bufê. Meire, como era conhecida, estava em uma Bis quando um arame amarrado entre um poste e uma árvore do outro lado da rua fez um corte profundo em seu pescoço, quase separando a cabeça do corpo. A vítima morreu no local.
Cunhado de Rosimeire, Hélio Dias de Alecrim, 42, diz que a família está muito chocada. “A gente não imaginava que isso aconteceria um dia. Ela era divorciada há algum tempo e ainda dizia que não ia arrumar ninguém para não ter problemas, porque tinha que cuidar dos filhos (um de 12 e uma de 15 anos). Era uma pessoa boa, trabalhadeira, comunicativa e com boa presença. Agora é ficar com Deus e pedir que os meios de comunicação cobrem da justiça, do poder público, para isso não acontecer de novo e ninguém ficar impune”, destacou.
A dor da perda
Pai da vítima, que preferiu ser chamado apenas de João, falou ao Metrópoles sobre o ocorrido. Abalado com a morte da filha, ele clama por justiça e diz que esses casos de armadilhas com arame têm sido comuns na região.
“Foi uma armação muito terrível, matou a menina sem dar oportunidade nem de ir ao hospital. Ela morreu no local, o arame fez um laço no pescoço dela. Vinha na motoquinha e morreu. E ela não tinha quase nada com ela, levaram os documentos dela e da filha, além do dinheiro”, assinalou.
Emocionado, ele se preocupa com o futuro dos filhos. “Eu sou aposentado, não ganho nem dois salários mínimos. E agora? Sou o avô, claro que vou cuidar deles (dos netos)”, disse o pai de Rosimeire. Ele conta que perdeu outra filha para uma doença há algum tempo. “Primeiro a de 45, para uma doença terrível, agora levam minha caçula. De seis filhos, agora só tenho quatro”, lembra o aposentado.
João e a família pedem que justiça seja feita. “Você sabe como é a lei. Se tiver mais gente falando sobre o assunto, talvez algo seja feito mais rápido. Somos uma família humilde, não queremos fazer justiça com as próprias mãos. Nós não temos força para falar, precisamos que falem por nós. Não temos dinheiro para contratar um advogado. Queremos apenas justiça”, pede o homem, que teme represálias.
Suspeitos
De acordo com o capitão Marcelo Rodrigues de Almeida, do 16º Batalhão da Polícia Militar de Goiás, dois adolescentes, um de 15 e outro de 17 anos, confessaram o envolvimento no crime que tirou a vida de Rosimeire. A polícia alcançou os suspeitos por meio de denúncias. Eles foram apreendidos, mas já foram liberados, sendo investigados pela Polícia Civil.
“O objetivo foi roubo. O caso está sendo tratado como latrocínio. Acreditamos que ainda tem mais dois envolvidos no assassinato, que ainda não foram localizados”, afirmou o capitão Rodrigues.