Dez presos fogem de presídio em Luziânia (GO), no Entorno do DF
Fuga ocorre na mesma semana em que três rebeliões foram registradas noutra unidade prisional de Goiás, em Aparecida de Goiânia
atualizado
Compartilhar notícia
Desestruturado e sem controle, o sistema penitenciário de Goiás continua registrando novas fugas. Depois de nove mortes e três rebeliões em sequência ocorridas no presídio de Aparecida de Goiânia, mais uma unidade prisional do estado voltou a registrar falhas graves na segurança. Pelo menos dez detentos do Centro de Inserção Social (CIS), em Luziânia, Entorno do DF, escaparam na tarde deste sábado (6/1).
Policiais militares do 10º Batalhão da Polícia Militar e da tropa de choque estão vasculhando a área tentando recapturar os fugitivos. Até as 15h, apenas um dos internos foi localizado após quebrar a perna durante a fuga. As equipes também estão cercando uma região de floresta que existe próxima ao presídio. Há informação de que boa parte dos foragidos tenha se escondido no matagal.
De acordo com informações da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o preso responsável pela limpeza do corredor e fornecimento de alimento serrou os cadeados de uma cela e da grade de contenção do pavilhão. A fuga teria ocorrido por volta de 11h. A DGAP informou, ainda, que os foragidos são: Aenio Vaz da Silva, Danilo Santos Lima, Dennys Paulo Duarte de Lima, Farlei Viana Roquete, Jhonatan de Souza, Johonatas de Souza Saraiva, Júnior Teodoro de Oliveira, Lucas Belmiro da Silva, Luis Paulo dos Santos e Magno Pereira de Carvalho.
Primeira rebelião
A fuga ocorre após três rebeliões no presídio de Aparecida de Goiânia. O primeiro motim ocorreu na tarde de 1º de janeiro. Conforme informações da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás (SSPAP-GO), presos da ala C invadiram as alas A, B e D. A motivação dos ataques seria uma rixa entre grupos criminosos. Nove detentos morreram carbonizados – deles, dois foram decapitados –, 14 ficaram feridos e mais de 80 continuam foragidos.
A confusão ocorreu exatamente um ano após a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Na ocasião, mais de 60 detentos foram executados em um confronto entre as facções PCC e Família do Norte. O episódio deu início a uma crise penitenciária nacional, que culminou em rebeliões em Roraima e no Rio Grande do Norte, conforme o Metrópoles mostrou na reportagem especial “As faces das chacinas no cárcere”.
Também no primeiro dia de 2018, as autoridades de Goiás registraram início de revoltas em outras duas cidades do estado: Santa Helena e Rio Verde. Na terça-feira (2/1), dois servidores do sistema penitenciário foram assassinados a tiros em Anápolis (GO).
O Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal de Goiás (Sinsep-GO) chegou a alertar sobre a possibilidade de novos motins em outras unidades prisionais da região. Entre os presídios em risco, segundo a entidade, dois estão no Entorno do DF: o de Luziânia e o do Novo Gama.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a Secretaria de Segurança Pública de Goiás.