Condutor de ônibus que morreu na 020 estava perto de fechar expediente

Cinco dias após a tragédia que matou nove pessoas e deixou ao menos 30 feridos na BR-020, um representante da Expresso Guanabara prestou depoimento na 2ª Delegacia Distrital de Formosa nesta terça-feira (20/2). Segundo o coordenador-geral de operações da empresa, Ismael Francisco dos Santos, o motorista do ônibus estava a 14km de entregar o coletivo o próximo colega. Afirmou também que não havia outro condutor descansando no veículo.

Ainda de acordo com ele, Edson Lima, 47 anos, morto no acidente, assumiu o volante à 1h30 do dia 15 de fevereiro e, no posto de Bezerra, em Formosa, passaria o comando da direção para um colega. Mas o motorista não chegou ao seu destino final. Na altura do Km 45 da 020, invadiu a contramão da pista simples e bateu de frente com uma carreta carregada de adubo. A suspeita é de que o profissional tenha cochilado ou tido um mal súbito.

O coordenador disse que Edson iria completar dois anos de empresa. No dia do acidente, o motorista teria ficado 20 horas descansando antes de assumir o volante. Segundo Santos, a legislação determina descanso mínimo de 11 horas entre uma jornada e outra.

Ismael foi ouvido pelo delegado Jandson Bernardo da Silva, da 2ª Delegacia Distrital de Formosa, que está à frente das investigações. O condutor da carreta de adubo, Luiz Carlos Dziecinny, já voltou para o Paraná, onde mora, e deve prestar depoimento em uma delegacia daquele estado.

Depois de ter o veículo atingido frontalmente pelo ônibus, Dziecinny bateu no guard-rail. Logo depois, colidiu com outra carreta, que tombou e ficou atravessada na pista. O coletivo vinha de Cajazeiras, na Paraíba, e tinha como destino final Goiânia, capital do estado de Goiás.