Cerco a carga roubada no DF termina em troca de tiros e com 13 presos
Policiais de Goiás montaram campana em chácara de Luziânia (GO) e desarticularam organização criminosa que agia na região e Entorno
atualizado
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Uma quadrilha presa nesta sexta-feira (26/10), em Luziânia (GO), é acusada de movimentar mais de R$ 5 milhões em cargas roubadas no Distrito Federal e Entorno. Ao todo, 13 pessoas foram detidas durante operação batizada de Apocalipse XVII, deflagrada pela Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar) da Polícia Civil de Goiás. Houve troca de tiros com os criminosos.
Os investigadores montaram campana, por mais de 20 horas, na chácara onde eram estocadas as mercadorias. Tão logo souberam que um carregamento de frango congelado havia sido levado durante assalto ocorrido em Brasília, na quarta (24), os policiais seguiram para Luziânia.
Quando o dia amanheceu, deflagraram a operação. Nesse momento, houve troca de tiros, mas ninguém ficou ferido. Nove pessoas foram presas imediatamente. O motorista que levava a carga estava sendo mantido refém. Outros quatro suspeitos foram detidos após chegaram ao local para comprar a carga.
De acordo com a autoridade especializada, seriam descarregadas no local 23 toneladas de frango que eram trazidas para o DF. Em seis meses de investigação, segundo a Decar, pelo menos oito cargas foram armazenadas na propriedade, somando um prejuízo de R$ 5 milhões.
Dentro da chácara, os policiais encontraram outros produtos. A operação terá desdobramentos, e o próximo passo será a prisão dos receptadores. A delegacia especializada vai pedir o aprisionamento preventivo dos suspeitos.
Os nomes dos presos na chácara em Luziânia não foram divulgados, para não atrapalhar as investigações. A operação contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Torre de Babel
No dia 10 de outubro, a Polícia Civil do DF deflagrou uma megaoperação para desarticular uma organização criminosa interestadual envolvida em tráfico de drogas e roubo de cargas. Ao todo, 46 pessoas foram presas. Dessas, 16 no Distrito Federal e Entorno.
A ação coordenada pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) foi deflagrada simultaneamente na capital do país e em seis estados: Goiás, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Bahia e Pernambuco.
A investigação teve início no começo do ano, quando a Polícia Civil do Distrito Federal recebeu uma denúncia anônima de que Antônio Cesar Campanaro, mais conhecido como Toninho do Pó, estaria envolvido com tráfico de drogas. Ele já havia sido preso em 2009, após ser encontrado com 20kg de cocaína em uma rodovia do DF. Ficou cerca de um ano e meio detido, mas depois voltou à atividade.
Com o aprofundamento das investigações, descobriu-se que Toninho do Pó liderava duas organizações criminosas conectadas: uma responsável pelo desvio de cargas e outra pelo tráfico de drogas. De acordo com os policiais, os caminhoneiros eram aliciados e desviavam as cargas vindas da Região Sul. Depois, registravam falsas ocorrências de roubo.
A atividade era arriscada e envolvia muitas pessoas, por isso os criminosos escolhiam apenas mercadorias com valores acima de R$ 500 mil. As cargas eram pagas com carros de luxo. Não havia movimentação de dinheiro, o que dificultou as investigações.
Toninho do Pó está entre os presos na Operação Torre de Babel. Ele foi encontrado em uma pousada de sua propriedade na Bahia. O homem apontado como líder do grupo criminoso é dono de vasto patrimônio, mas nenhum dos imóveis estava em seu nome, de acordo com os policiais. Ele usava familiares como laranjas.