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Bispo de Formosa (GO) põe até papa Francisco como testemunha de defesa

Documento encaminhado ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) cita Jorge Mario Bergoglio, nome de batismo de Francisco

atualizado

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1 de 1 Papa_Francisco_Filipinas16012015_12 - Foto: BENHUR ARCAYAN/MALACAÑANG PHOTO BUREAU

Suspeito de desvios nos dízimos e taxas de paróquias em Formosa, cidade goiana a 90km de Brasília, o bispo dom José Ronaldo relacionou o papa Francisco como testemunha de defesa. No documento apresentado pelo advogado do religioso, Lucas Rivas, consta o nome de batismo do pontífice: Jorge Mario Bergoglio.

A relação, encaminhada à 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), afirma que Francisco pode ser encontrado na “Prefeitura da Casa Pontifícia, CEP 00120, Roma/Itália”. O endereço corresponde ao Vaticano.

O advogado do bispo de Formosa não quis revelar detalhes da estratégia de defesa e argumentou ao Metrópoles que “o testemunho do papa tem uma motivação estritamente técnica”.

Nas situações em que a testemunha está fora do país, o juiz do caso precisa encaminhar uma carta rogatória. O envio do documento é o procedimento jurídico adotado como forma de comunicação entre o Judiciário de países diferentes, com o objetivo de obter colaboração para prática de atos processuais, conforme define o glossário do Supremo Tribunal Federal (STF).

O bispo da Arquidiocese de Brasília, dom Marcony Vinícius Ferreira, também está arrolado no rol de pelo menos 32 testemunhas de defesa apresentado pelo defensor de dom José Ronaldo.

Reprodução

O Metrópoles questionou a Secretaria de Comunicação do Vaticano sobre a participação do papa Francisco no processo contra o bispo de Formosa. No entanto, até a última atualização desta reportagem, a Santa Sé não havia se pronunciado.

Operação Caifás
Dom José Ronaldo está no centro das denúncias do Ministério Público de Goiás (MPGO) contra a Diocese de Formosa. De acordo com os investigadores, ele seria o mentor do esquema criminoso. A suspeita é de que o grupo ligado ao religioso tenha desviado cerca de R$ 2 milhões da Igreja.

As investigações começaram após o Ministério Público ter recebido denúncias de fiéis que desconfiaram das irregularidades, supostamente iniciadas em 2015. Entre as suspeitas, estava o fato de as despesas da casa episcopal de Formosa, onde o bispo mora, terem passado de R$ 5 mil para R$ 35 mil desde que dom José Ronaldo assumiu o posto.

Além disso, segundo interceptações telefônicas, o grupo teria usado o dinheiro para comprar bens, como fazenda de gado, casa lotérica e veículos de luxo.

No total, nove pessoas foram presas na operação, deflagrada em 19 de março. O bispo de Formosa e outros seis religiosos foram soltos em 17 de abril.

A defesa dos envolvidos nega as irregularidades e declara a origem dos recursos como “fruto de muito trabalho dos padres”.

Neivaldo Moraes/Divulgação
Dom José Ronaldo é acusado pelo MPGO de chefiar uma quadrilha

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