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Autor de furto de armas em 2023 diz que foi ameaçado por PMs de Goiás

Loja que teve 100 armas roubadas amargou prejuízo em 2023, quando irmão do dono furtou pistolas. Ele diz que foi ameaçado por PMs de GO

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A loja do Distrito Federal que teve um arsenal roubado neste ano teve outro prejuízo em 2023. O irmão do proprietário foi condenado por furtar 22 armas no ano passado. Ele contou, durante o depoimento, que foi ameaçado e agredido por policiais militares de Goiás.

No testemunho, o homem relata que deixou, inicialmente, os armamentos furtados na casa de dois amigos. Apesar de não afirmar diretamente, indica que uma das residências ficaria no Entorno do DF.

O depoimento prossegue e aponta que parte das armas foi levada por policiais militares de Goiás. Na semana seguinte, segundo o criminoso, um diferente grupo de PMs, agora do DF, apreendeu os outros armamentos. No processo judicial, consta que duas pistolas foram realmente recuperadas pelas forças de segurança do Distrito Federal.

Com medo da situação, ele teria fugido e ficou escondido em um imóvel de Ceilândia, onde foi encontrado posteriormente por militares de Goiás. Lá, afirma o ladrão, os PMs goianos lhe disseram que, se não lhes entregasse as armas, iriam matá-lo. Um deles teria torturado o homem com afogamento durante a ação.

Irmão furtou armas da loja

O autor do crime fazia alguns serviços para o familiar, o que incluía desde limpeza no apartamento do empresário até recarga das munições. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em março de 2023, o irmão se aproveitou que o comerciante estava viajando e subtraiu 22 armas de fogo de propriedade da loja. Os armamentos estavam no apartamento do vendedor de armamentos.

O ladrão chegou a confessar ter subtraído apenas 8 armas, sendo que foi flagrado pelas câmeras de segurança do prédio deixando o apartamento com malas, onde os objetos estavam escondidos, descendo por duas vezes no elevador. No processo judicial, consta que apenas duas pistolas foram recuperadas.

O irmão do proprietário da loja de equipamentos bélicos é acusado em outros processos criminais, incluindo tráfico de drogas e tentativa de homicídio. No dia 3 de junho de 2024, o juiz condenou o homem por furto qualificado, com a pena agravada pelo abuso de confiança, já que ele era parente da vítima e gozava de sua confiança.

A pena final foi de 2 anos de reclusão em regime semiaberto e 10 dias-multa. Ele também foi condenado a pagar R$ 15.785 por danos materiais e R$ 500 por danos morais ao seu irmão. O autor dos crimes pode recorrer em liberdade.

Armas furtadas pelo irmão foram:

  • 3 pistolas Glock, modelo PT80, calibre 9mm;
  • 2 pistolas Glock, modelo G17, calibre 9mm;
  • 1 pistola Glock, modelo G21, calibre 45mm;
  • 1 pistola Taurus, modelo PT100, calibre 40mm;
  • 1 pistola Taurus, modelo G3 Toro, calibre 9mm;
  • 3 pistolas Taurus, modelo PT92/AFS-D, calibre 9mm;
  • 3 pistolas Taurus, modelo G2C, calibre 9mm;
  • 1 pistola Taurus, modelo PT 1911, calibre 45mm;
  • 4 revólveres Taurus, modelo RT627, calibre 357;
  • 1 revólver Taurus, modelo RT 889, calibre 38;
  • 1 rifle/carabina CBC, modelo 7022, calibre 22mm.

Furto de 100 armas em junho de 2024

O proprietário da Delta Guns havia fechado a loja no dia 8 de junho, um sábado. Ele só tomou conhecimento do prejuízo dois dias depois, na segunda-feira, quando voltou ao comércio. Entre as armas levadas, estão fuzis e pistolas.

Para levar o arsenal, o grupo abriu um buraco na parede da loja vizinha e conseguiu acessar a sala do cofre onde ficavam os armamentos. Dos 100 furtados, 60 eram de longas e de grosso calibre.

As investigações preliminares revelaram que o estabelecimento vizinho, por onde os bandidos conseguiram acessar a loja de armas, havia sido alugado recentemente. Todo o sistema de monitoramento por câmeras também foi levado pelos criminosos.

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Para invadir estabelecimento, bandidos abriram buraco na parede da loja vizinha e conseguiram acessar sala-cofre onde ficava arsenal
Estabelecimento vizinho, por meio do qual os bandidos conseguiram acessar a loja de armas, havia sido alugado pouco tempo antes
Criminosos que tentaram furtar armas montaram operação digna de filme de ação
Buraco feito por quadrilha para acessar loja de armas no Distrito Federal
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Loja fica em Ceilândia

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Para invadir estabelecimento, bandidos abriram buraco na parede da loja vizinha e conseguiram acessar sala-cofre onde ficava arsenal

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Estabelecimento vizinho, por meio do qual os bandidos conseguiram acessar a loja de armas, havia sido alugado pouco tempo antes

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Criminosos que tentaram furtar armas montaram operação digna de filme de ação

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Buraco feito por quadrilha para acessar loja de armas no Distrito Federal

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Além disso, no fim de semana, pessoas não identificadas teriam tentado entrar no comércio, mas testemunhas acionaram a Polícia Militar do DF, e os suspeitos fugiram. A 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro) apura o caso. Até a publicação desta matéria, informações oficiais sobre a autoria do crime não foram divulgadas.

Loja suspensa pelo Exército

No mês passado, o Comando Militar do Planalto informou que a loja não poderia mais receber qualquer tipo de Produto Controlado pelo Exército (PCE), como armas de fogo e munições.

Em nota, o órgão afirma que o estabelecimento passou por uma vistoria após a invasão. “Foi constatado que, devido ao estado em que se encontram as instalações decorrentes da ação dos criminosos, a loja não atende mais às condições de segurança exigidas”, disse o comunicado.

O local só poderia voltar a receber armas e munições quando “as condições de segurança sejam restabelecidas e o local seja novamente vistoriado” pelo Comando Militar do Planalto.

Posicionamentos

O Metrópoles entrou em contato com a defesa dos responsáveis pela loja de armas. Em relação ao furto ocorrido em junho último, os advogados afirmaram que as investigações estão sob sigilo e que não há, no momento, outras informações a repassar.

A reportagem também procurou a Delta Guns, para pedir posicionamento sobre o furto cometido pelo irmão do dono da loja em 2023 e sobre as atuais condições do comércio. Até a mais recente atualização desta publicação, a empresa não havia respondido. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Questionada a respeito de possível ciência sobre as supostas agressões mencionadas, a Polícia Militar de Goiás (PMGO) também não enviou posicionamento à reportagem.

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