Assassino de Raphaella Noviski invadiu casa da jovem antes de matá-la
Misael, que tentou dar colar de presente à estudante, passará por avaliação psicológica e psiquiátrica. Inquérito será concluído até dia 20
atualizado
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Assassino confesso da estudante Raphaella Noviski, 16 anos, Misael Pereira Olair, 19, chegou a invadir a casa da jovem dias antes de matá-la. O ato foi apenas uma das investidas dele contra a estudante, confirmando a obsessão que sentia. “Ele a conheceu em uma lan house. Fez de tudo para se aproximar. Tentou dar um colar a ela, que não aceitou. Entrou na casa dela. A jovem relatou para a família esse fato”, contou a delegada Rafaela Azzi, responsável pelo caso.
Nesta quinta-feira (9/11), novas testemunhas serão ouvidas pela delegada. Parentes, colegas e profissionais da escola em que Raphaella estudava e onde foi morta, em Alexânia (GO), vão colaborar com depoimentos.
O resultado desses exames vai abastecer o inquérito que está sendo feito pela Delegacia de Alexânia. Rafaela Azzi confirmou que espera concluir o caso até 20 de novembro. “Já tenho a minha opinião formada sobre o feminicídio, mas esses laudos vão colaborar com novos materiais para o julgamento do Misael”, disse ao Metrópoles.
A reportagem apurou que Misael juntou dinheiro para adquirir a arma com a qual efetuou 11 disparos em Raphaella. “Essa questão da arma trouxe novos pontos para a investigação, mas não posso dar maiores detalhes”, despistou a delegada.
Advogado sofre ameaças
Responsável pela defesa de Davi José de Souza, 49 anos, homem apontado como comparsa de Misael no crime, o advogado Joel Pires de Lima relata que ele e sua família têm sofrido retaliações. “Estamos sendo ameaçados. Recebemos ligações anônimas”, denuncia. “Uma sociedade que se diz cristã e protestante, pega os ensinamentos de Cristo e joga no lixo”, desabafa.
Joel lembra que ele não está à frente da defesa de Misael Pereira Olair. Esclarece que, no dia da audiência de custódia do réu, foi intimado pelo juiz a participar do caso pelo fato de a família do assassino confesso não ter indicado um advogado. “A população atacou apenas o acusado e com razão, mas ninguém apontou a responsabilidade do Estado. Não foi falado de aumentar a segurança nas escolas”, observa Joel.
Caso não seja indicado um advogado para Misael, a Defensoria Pública do Estado de Goiás definirá um profissional para atuar no caso.
Caso chocou Alexânia
O crime chocou Alexânia, cidade com 26 mil habitantes, a 88 quilômetros do DF. Raphaella foi assassinada com 11 tiros à queima-roupa, sete deles no rosto, em 6 de novembro. Misael pulou o muro da escola 13 de Maio, invadiu a sala onde a jovem estudava e disparou contra ela. A entrada dele no local e o pânico dos estudantes foram registrados por câmeras de segurança.
Na sequência, Misael tentou fugir em um carro conduzido por Davi, que havia levado o rapaz até o colégio. A dupla acabou presa. Além do revólver calibre .32, o assassino confesso portava uma faca e uma máscara, utilizada por ele na hora do crime. Em depoimento, Misael disse que matou a estudante por sentir “ódio” dela, já que a jovem não correspondia às investidas dele.