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Assassino confesso de Raphaella está em presídio de segurança máxima

Misael Pereira foi transferido para o Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia

atualizado

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1 de 1 misael - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O assassino confesso da estudante Raphaella Noviski, 16 anos, está no Núcleo de Custódia em Aparecida de Goiânia (GO), um presídio de segurança máxima. A transferência de Misael Pereira de Olair, 19, da unidade prisional de Alexânia, onde ocorreu o crime, para a região metropolitana da capital goiana visa a “preservação da integridade do acusado”.

Nesta terça-feira (14/11), ele passaria por exames psicológicos e psiquiátricos no Instituto de Criminalística de Goiânia. Porém, segundo a delegada que investiga o caso, Rafaela Azzi, o preso não foi levado ao local. “Ou houve falha de comunicação entre os presídios de Alexânia e de Aparecida ou o Misael se recusou. Ele não é obrigado a produzir prova contra si”, afirma.

O rapaz foi transferido no sábado (11), um dia após a juíza de direito Letícia Silva Carneiro de Oliveira Ribeiro, de Valparaíso, vetar a ida dele para a cidade sob sua jurisdição. A autorização havia sido concedida por um magistrado da Cidade Ocidental, após pedido da Justiça de Alexânia. O argumento era de que o preso precisava ser transferido por conta de ameaças na unidade prisional do município onde houve a tragédia.

Entretanto, a juíza fez a seguinte consideração: disse que a decisão “usurpou a competência deste juízo e não conta com qualquer respaldo legal”. Ou seja, a transferência não poderia ocorrer por determinação arbitrária do município vizinho e sem permissão da Vara Criminal de Valparaíso.

Veja a decisão da juíza Letícia Silva Carneiro de Oliveira Ribeiro:

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Autorização de juiz da Cidade Ocidental, invalidada
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Veto da magistrada de Valparaíso

Reprodução/TJGO
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Autorização de juiz da Cidade Ocidental, invalidada

O assassino confesso da estudante está isolado dos demais presos em uma cela individual. Ele deve ficar no presídio por até 30 dias sem que seja necessário o aval da Justiça de Goiânia. Desde o último dia 6, quando foi preso, nenhum familiar o visitou.

Misael foi levado para essa penitenciária também por causa da proximidade com o Instituto de Criminalística Leonardo Rodrigues, instalado na capital goiana, onde o rapaz passaria pelos exames psicológicos e psiquiátricos. As análises, segundo a delegada, podem dar mais detalhes sobre a personalidade do acusado e a motivação para o crime.

Apesar disso, o inquérito está finalizado. Nesta segunda (13), Rafaela Azzi indiciou Misael e seu suposto cúmplice, Davi José de Souza, por feminicídio. E mais: dois homens que teriam vendido o revólver ao rapaz responderão por comercializar ilegalmente arma de fogo, Wilkenedy Gomes dos Santos e José Alberto Moreira dos Santos. A dupla não tem antecedentes criminais, segundo a delegada.

O assassino confesso ainda não tem advogado. Caso a família dele não apresente um criminalista em até 10 dias após o crime, ou seja, na quinta-feira (16), a Justiça determinará um defensor público para o acusado.

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Misael chega para audiência de custódia
Populares tentam impedir saída de Misael do Fórum
Audiência no Fórum de Alexânia
Mãe durante a audiência de custódia
Misael durante audiência de custódia
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Misael com o olho esquerdo roxo

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Misael chega para audiência de custódia

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Populares tentam impedir saída de Misael do Fórum

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Audiência no Fórum de Alexânia

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Mãe durante a audiência de custódia

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Misael durante audiência de custódia

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Assassino confesso chega para audiência de custódia

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Escola 13 de Maio: crime chocou alunos, professores e pais

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Mãe de Raphaella durante o enterro da filha

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Acusado sai de camburão da delegacia

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Delegada Rafaela Azzi, responsável pelo caso

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Perícia na escola onde ocorreu o crime

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Policiais na escola onde ocorreu o crime

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Raphaella foi morta na Escola Estadual 13 de Maio, em Alexânia (GO)

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Menina tinha 16 anos

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Acusado de matá-la pulou o muro da escola

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Raphaella estava em sala de aula quando foi assassinada

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Misael confessou o crime

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Misael foi levado para o mesmo presídio onde está Tiago Henrique Gomes, 29, preso desde 2014. O rapaz é considerado o serial killer de Goiânia. Ele responde a mais de 30 homicídios e já foi condenado em 27 júris populares – a pena ultrapassa os 600 anos de cadeia. Recentemente, o assassino anunciou que vai lançar um livro sobre os crimes cometidos e sua “conversão espiritual”. Com o título “Tiago Rocha: Um pouco da história por trás de um serial killer”, a obra foi escrita na cadeia.

Uma prima do acusado pela morte de Raphaella, a comerciante Dirce Rodrigues, contou ao Metrópoles que a casa onde vivia com a mãe e a irmã foi arrombada e saqueada. “Levaram objetos simples, como batedeiras. Não havia coisas de valor, eles não têm”, relatou. Um tio de Misael foi quem notou o cadeado quebrado no portão, segundo Dirce

A mulher disse ainda que a mãe e a irmã dele estão em Alexânia, mas na casa de parentes. Elas não regressaram à própria residência desde o dia do crime por medo de retaliação dos moradores.

Protesto
Nesta terça (14), centenas de moradores de Alexânia, entre eles familiares e amigos da jovem Raphaella Noviski, saíram às ruas para protestar contra a violência na cidade. Eles deixaram a Praça da Juventude às 9h45 vestidos de camisetas brancas, a maior parte delas com a foto da vítima. Os manifestantes seguravam faixas com a mensagem “Alexânia implora por paz”.

O grupo aproveitou a agenda da Prefeitura e valeu-se da inauguração de um ginásio de esportes para chamar mais atenção.

Na quinta-feira (16), um ato ecumênico vai homenagear Raphaella no Colégio Estadual 13 de Maio, onde ocorreu o assassinato. As aulas serão retomadas no mesmo dia.

Tragédia
O crime chocou Alexânia, cidade com 26 mil habitantes, a 88km de Brasília. Raphaella foi assassinada no último dia 6 com 11 tiros à queima-roupa, sete deles no rosto. Para cometer o homicídio, Misael pulou o muro da escola, invadiu a sala onde a jovem estudava e disparou contra ela. A entrada dele no local e o pânico dos estudantes foram registrados por câmeras de segurança.

Na sequência, Misael tentou fugir em um carro conduzido por um amigo, Davi José de Souza, que havia levado o rapaz até o colégio. A dupla acabou presa. Além do revólver calibre .32, o assassino confesso portava uma faca e uma máscara, utilizada por ele na hora do crime.

Em depoimento, o rapaz disse que matou a estudante por sentir “ódio”, pois a jovem não correspondia às investidas dele. Davi, por sua vez, alegou não saber da intenção do amigo e é apontado como cúmplice do delito. Ele continua preso na unidade prisional de Alexânia.

Inquérito concluído
Na segunda-feira (13), a Polícia Civil concluiu a investigação sobre o crime. Além de Misael, foram indiciadas outras três pessoas. O comerciante Davi José de Souza, de 49 anos, que teria auxiliado Misael a fugir, considerado seu comparsa, e outros dois homens: Wilkenedy Gomes dos Santos e José Alberto Moreira dos Santos – eles responderão pela suposta venda da arma utilizada no crime.

“Para a Polícia Civil, houve torpeza e o autor não deu chance de defesa à vítima. Além disso, concluímos que o Davi sabia a intenção do Misael quando o levou até o colégio e saiu com ele de lá”, explicou a delegada responsável pelo caso, Rafaela Azzi. A dupla responderá por feminicídio e pode ser condenada a cumprir pena de até 30 anos de prisão.

Já Wilkenedy e José Alberto responderão, em liberdade, por venda ilegal de arma de fogo. Segundo a investigadora, os dois são trabalhadores rurais e a polícia chegou até eles após Misael entregá-los, em interrogatório. “O Wilkenedy diz que ganhou a arma de um primo, morto um mês antes da Raphaella, assassinado em Alexânia. Ele, então, perguntou ao José Alberto se sabia de algum interessado em ter o revólver”, contou.

José Alberto, segundo a delegada, morava perto de Misael, que, por sua vez, já havia contado ao trabalhador rural sobre a intenção de ter uma arma.

“O José Alberto alegou não saber que o rapaz mataria a Raphaella. Naquele momento, pensou que Misael queria o revólver para proteção pessoal”, afirmou. Segundo Rafaela Azzi, o jovem desembolsou R$ 2,3 mil pela arma: R$ 2 mil ficaram com Wilkenedy, enquanto José Alberto faturou R$ 300. O inquérito será remetido ao Judiciário. O Ministério Público, na sequência, deverá apresentar denúncia contra os indiciados.

O advogado de Davi, Joel Pires de Lima, avaliou a decisão da delegada como subjetiva.

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