Entorno do DF: prefeitos e secretários têm aumento salarial de até 43%
No Novo Gama, um projeto de lei de autoria do prefeito, que prevê aumento salarial para ele, foi aprovado pela Câmara Municipal
atualizado
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A Câmara Municipal do Novo Gama, cidade do Entorno do Distrito Federal, aprovou um projeto de lei de autoria do prefeito Carlinhos do Mangão que prevê um reajuste de 12,42% no próprio salário dele. O texto também prevê aumento nos vencimentos do vice-prefeito, de secretários municipais (43%) e de vereadores (27,4%) do município.
O salário atual, de R$ 19.710,95 do prefeito, será aumentado para R$ 22.160,00 na próxima legislatura, ultrapassando os vencimentos dos prefeitos de várias capitais do país, como Goiânia, Recife, Salvador, Fortaleza e Porto Alegre.
A Lei Complementar Nº 2.175/2024, foi sancionada no dia 17 de abril. O reajuste vale para a legislatura de 2025 a 2028.
Com o aumento salarial, o vice-prefeito passará a receber R$ 14,6 mil, seguido dos vereadores, que ganhavam R$ 11,7 mil e passam a receber R$ 14,1 mil. Já os secretários municipais, antes recebendo R$ 8,6 mil, terão salário de R$ 12,3 mil.
Reajuste salarial em Formosa
Mesma situação ocorreu na Câmara Municipal de Formosa, também no Entorno. Os vereadores de lá votaram e aprovaram, nessa terça-feira (23/4), o reajuste salarial para eles mesmos, prefeito e secretários municipais.
Dessa forma, o salário dos parlamentares vai de R$ 14.904,66 para R$ 17.387,32. Já o prefeito passa a ter remuneração de R$ 34.774,64, e o vice-prefeito, de R$ 17.387,32.
Os vereadores tentaram justificar o aumento. O vereador Hermes Ferreira da Costa (União) disse que “as pessoas banalizam os políticos e a política”. “A mola propulsora para a pessoa se interessar por um cargo, uma profissão, é o salário”, disse.
“Um prefeito ganhar R$ 34 mil e achar que isso é demais? Eu não acho. Quantos trabalhadores têm a responsabilidade do mandatário do município? Por que uma pessoa tenta passar no Enem para ser médico? É para ganhar um salário-mínimo?”, questionou Hermes.
Além disso, ele afirmou que se “nós formos atender todo mundo que pede, o salário tinha que ser de R$ 300 mil”.
Já a vereadora Roberta Brito (PRD) usou a vida pessoal para justificar o aumento. “Não tenho horário para almoçar, tenho três filhas e não vi elas crescerem para cuidar da população de Formosa. Qual o dinheiro que paga isso? Às vezes, não consigo buscar minhas filhas na escola, são minhas assessoras que vão buscar.”
Por sua vez, o vereador Joelson Trovão (Agir) chorou no plenário e disse que deixou de viver para a família para viver para os outros. “Abri mão de tudo para ser só vereador. É fácil fazer política, né? Quero ver fazer. Duvido que, se cortar o salário pela metade, vai ter candidato”, disse.