metropoles.com

Entidades que representam PMs questionam exoneração de comandante

Fórum das Associações Representativas dos Policiais Militares e dos Bombeiros Militares do DF divulgou texto na noite desta terça-feira

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Metrópoles
policiais militares
1 de 1 policiais militares - Foto: Metrópoles

As exonerações da comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Sheyla Soares Sampaio, e do chefe da Casa Militar, coronel Marcus Paulo Koboldt, nesta terça-feira (06/08/2019), provocaram forte reação do Fórum das Associações Representativas dos Policiais Militares e dos Bombeiros Militares do DF, entidade que reúne 14 instituições.

“O governador Ibaneis tem demonstrado, por ação e omissão, ser uma pessoa desrespeitosa com a Polícia Militar do Distrito Federal”, destaca nota distribuída no final do dia, assinada pelo coordenador do fórum, o coronel da reserva Mauro Manoel Brambilla.

O secretário de Segurança, Anderson Torres, também não escapou da ira dos militares: “O secretário é o chefe operacional da segurança pública do Distrito Federal, porém não tem respaldo legal para determinar que a PMDF abdique do seu hospital para atender a um capricho intempestivo, pois melhorar a saúde dos nossos policias e seus dependentes não será possível se não houver incremento de investimentos maciços no setor”.

Um dos motivos das exonerações foi a criação de unidade de saúde específica para atender todos os servidores das forças de segurança do DF. O projeto prevê que o Hospital da Segurança Pública assista, em tempo integral, exclusivamente a integrantes da PMDF, da Polícia Civil (PCDF) e do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF), no espaço onde hoje funciona a Policlínica da Polícia Militar.

“Se hoje os recursos não dão para atender a contento esta demanda, como vai ser possível triplicar o número de pessoas atendidas por esse novo modelo? Por lei federal esse hospital é orgânico da PMDF, [então] como o governador vai retirar da PMDF essa unidade de saúde sem mudar a lei federal?”, questiona a nota.

Ibaneis disse que não comentaria a comunicação. “É decisão de governo”, pontuou.

Mais cedo, o emedebista afirmou que a coronel Sheyla e o coronel Koboldt não passavam informações “efetivas” sobre as ações e os resultados da Polícia Militar. Disse que a escolha do novo comando da PMDF ficará a cargo do secretário Anderson Torres. O chefe do Executivo local ainda criticou “a resistência e o corporativismo exacerbado”.

Confira a íntegra da nota:

O Governador Ibaneis tem demonstrado, por ação e omissão, ser uma pessoa desrespeitosa com a Polícia Militar do Distrito Federal. Autoritário, intimidador de comportamento absolutista e figadal do que com o bom senso que deveria ser a principal ferramenta dos estadistas. A Constituição Federal dispõe no seu artigo 144, § 6º que: “As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinamse, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios”.

O secretário é o chefe operacional da segurança pública do Distrito Federal, porém não tem respaldo legal para determinar que a PMDF abdique do seu hospital para atender a um capricho intempestivo, pois melhorar a saúde dos nossos policias e seus dependentes não será possível se não houver incremento de investimentos maciços no setor.

São anos de investimentos da nossa instituição e se constitui num patrimônio da PMDF e dos nossos profissionais, pois foram gastos recursos descontados dos salários dos policiais militares na efetivação do nosso centro médico. O que falta é ser carreado mais recursos para fazer frente à manutenção da saúde dos policiais militares e seus dependentes. Se hoje os recursos não dão para atender a contendo esta demanda, como vai ser possível triplicar o número de pessoas atendidas por esse novo modelo. Por lei federal esse hospital é orgânico da PMDF, como o governador vai retirar da PMDF essa unidade de saúde sem mudar a lei federal? Todos os atos que
impliquem em mudanças organizacionais, de pessoal e de recursos financeiros são de exclusiva competência da União. Já existe acórdãos de decisões do STF a respeito.

Governador, o senhor pode muito, mas não pode tudo. O senhor também tem de obedecer a lei. Na questão de atendimento à saúde básica de qualquer população o
importante é um fluxo continuo e ascendente de recursos para poder viabilizar o setor. Sem investimentos não existe mágica possível para se atender qualquer população com qualidade e dignidade. Foram efetuados estudos e o quadro técnico da PMDF entendeu ser inviável tal pretensão do governador e do secretário de segurança pública. Como represália a essa postura técnica da instituição a nossa comandante foi exonerada com a pecha de insubordinação.

Governador, Secretário, voltamos à época da inquisição? Quem não professar a mesma fé dos senhores será defenestrado? O senhor está lidando com uma instituição de homens e mulheres com honra e espirito público. Não nos meça por uma régua que não faz parte do nosso cotidiano profissional. Esse autoritarismo exacerbado não tem mais guarida na época do diálogo, do consenso e da legalidade. Porque não chamou as associações para discutir-se uma solução negociada ao invés de uma imposição descabida e sem sentido prático, pois não resolverá a qualidade do atendimento em saúde dos profissionais de segurança do DF. Chega de medidas demagógicas, inconsistentes e inconsequentes, pois a nova cidadania está refratária a elas secretário.

Ontem, por cautela, tínhamos dúvidas se o governo do Distrito Federal perseguia ou não a sua Polícia e o seu Corpo de Bombeiros Militar. Hoje, não temos mais dúvidas! Vamos aos tribunais (TJDF, TCDF, TCU, MPF, Justiça Federal e até as cortes superiores da nossa justiça) e aos parlamentos (Congresso Nacional e CLDF) para defender nossa honra, nosso hospital e nossos direitos. Só não iremos tomar atitudes tão extremadas como a exoneração da nossa comandante porque temos antes de tudo espirito público e, depois, consideração, apreço e lealdade ao nosso Presidente da República Jair Bolsonaro, nosso legítimo Comandante, pois é
a União que nos mantém e nos organiza.

Nosso compromisso com a sociedade não nos permite ações impensadas e radicais, mas entendemos que o GDF está nos impelindo a tomarmos atitudes extremadas para legitimar uma perseguição revestida de legalidade contra nós. Tratar a PMDF e o CBMDF de forma diferenciada da PCDF é no mínimo uma aberração administrativa e legal.

Temos mais de duzentos anos de bons serviços prestados à sociedade do Distrito Federal. Muitos governantes já passaram e a instituição Policia Militar continua de pé, servindo e protegendo a sociedade da capital da república. Não queremos desrespeitar nem afrontar o Governador e o Secretário de Segurança Pública, mas exigimos e temos o direito de sermos tratados com dignidade e respeito!

Brasília, DF, 06 de agosto de 2019.

Mauro Manoel Brambilla – CEL RR PMDF
Coordenador do fórum

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?