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Entidades pedem que MPF investigue falas preconceituosas de Sérgio Camargo

O documento que contém mais de 50 assinaturas foi endereçado à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão

atualizado

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Um documento assinado por mais de 50 entidades foi entregue à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) do Ministério Público Federal (MPF) pedindo que o órgão instaure, urgentemente, um procedimento para apurar as falas do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Nascimento Camargo.

Camargo é acusado de discriminação religiosa contra religiões de matrizes africanas. No documento, as entidades ainda pedem o afastamento do chefe da fundação e sua responsabilização pelas falas preconceituosas.

Em um áudio gravado durante uma reunião com assessores, ele disse que o movimento negro é uma “escória maldita”.

Após as ofensas se tornarem públicas, deputados de oposição também protocolaram um pedido para que o MPF investigue a conduta de Camargo.

Assinam o pedido parlamentares de esquerda como a líder do PSol na Casa, Fernanda Melchionna (RS), Benedita da Silva (PT-RJ), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Bira do Pindaré (PSB-MA), Damião Feliciano (PDT-PB), David Miranda (PSol-RJ), e Orlando Silva (PCdoB-SP).

Segundo a representação, Camargo pode ser responsabilizado por improbidade administrativa no desvio de finalidade com abuso de poder.

Isso porque a Fundação Cultural Palmares “tornou-se referência nacional e internacional na formulação e execução de políticas públicas da cultura negra, atuando para promover a inclusão social da população afro-brasileira”.

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Sérgio Camargo, desde que foi lançado por Jair Bolsonaro ao cargo de presidente da Fundação Palmares, teve desentendimentos com o movimento negro
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo
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Sérgio Camargo. presidente da Fundação Palmares

Reprodução/Twitter
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Sérgio Camargo, desde que foi lançado por Jair Bolsonaro ao cargo de presidente da Fundação Palmares, teve desentendimentos com o movimento negro

Reprodução/ Facebook
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O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo

Reprodução/Facebook

Confira o pedido feito pelas entidades na íntegra: 

Representação PFDC Palmares Movimento Negro by Metropoles on Scribd

Denúncia na Decrin

Nesta quarta (03/06), o Metrópoles conversou com uma das mães de santo mais respeitadas do DF, que criticou as declarações de Camargo.

“Sempre lutei contra a discriminação, trabalhei quase quatro anos na Fundação Palmares. Tudo me abalou muito psicologicamente e mexeu com minha saúde mental, mas preciso me levantar e lutar”, desabafou a a candomblecista Adna dos Santos, conhecida como Mãe Baiana.

A frase foi dita ao Metrópoles assim que a líder religiosa deixou a Delegacia Especializada em Crimes por Discriminação Racial e Religiosa, a Decrin, na tarde desta quarta-feira (03/06).

Ali, ela registrou um boletim de ocorrência contra Sérgio Camargo. Áudios gravados durante uma reunião e vazados revelam que o gestor da entidade chamou a Mãe Baiana de “uma filha da puta de uma macumbeira”.

Conforme conta Adna, ela só soube do ataque na noite dessa terça (02/06). Após um dia de trabalho, alguns amigos começaram a avisá-la de que teria sido citada nas reclamações de Camargo. “Quando soube, tomei um susto muito grande. Receber essas palavras de uma pessoa que nunca vi e não conheço foi surpreendente”, comenta.

Sentindo-se atacada como mulher negra e líder de religião de matriz africana, a mãe de santo decidiu denunciar o homem que proferiu os xingamentos. Apesar de ter sido alvo de ofensas, Adna prefere não responder a Camargo e apenas lamenta o ocorrido.

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