Entidades defendem demolição total de viaduto que desabou em Brasília
“O risco de escorar é imenso e ameaça a vida de trabalhadores. A melhor solução é demolir tudo”, defendeu Fátima Có, presidente do Crea-DF
atualizado
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Representantes do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), dos sindicatos dos Engenheiros da Construção Civil (Sinduscon), além do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia defenderam que a estrutura do viaduto do Eixão Sul seja completamente demolida. “O risco de escorar é imenso e ameaça a vida de trabalhadores. A melhor solução é demolir tudo”, defendeu Fátima Có, presidente do Crea-DF.
A estrutura desabou por volta das 11h50 desta terça-feira (6/2). Por pouco, não causou uma tragédia, pois caiu sobre veículos estacionados e um restaurante que funcionava na localidade. Funcionários e quatro clientes então presentes no local saíram correndo tão logo ouviram os primeiros estalos – e se salvaram. Não há registro de feridos.
Em 2011, as entidades elaboraram o Relatório Final do Grupo de Trabalho de Patologias de Obras Públicas. O documento alertava para a necessidade de manutenção de vários equipamentos públicos, inclusive o viaduto do Eixão Sul. O relatório de 69 páginas enumerou os problemas estruturais na região central de Brasília e teceu críticas ao Executivo local.“As recuperações somente são providenciadas quando a situação atinge extrema gravidade. A Novacap já possui levantamento de algumas obras, chegando a licitar a recuperação de três viadutos próximos à Rodoviária”, alertava um dos trechos.
O engenheiro civil e conselheiro do Crea-DF João Bosco Ribeiro liderou o grupo de trabalho na confecção do relatório entregue ao GDF em 2011. Segundo ele, a avaliação nas estruturas dos 20 viadutos situados na região central de Brasília foi motivada pelo anúncio de que a cidade receberia jogos da Copa do Mundo de 2014.
“Naquela época, já havíamos identificado diversos problemas estruturais, pois queríamos que as manchetes de vocês fossem sobre vitórias do Brasil e não de tragédias. Felizmente, naquela época, nada ocorreu, mas devido à falta de cuidado durante tantos anos, a estrutura não suportou agora”, destacou.