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Entidade de apoio a venezuelanas no DF repudia fala de Bolsonaro

O Instituto Migrações e Direitos Humanos afirma que nunca identificou qualquer indício de exploração infantil entre venezuelanas no DF

atualizado

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Presidente Bolsonaro fala com à imprensa no Palácio da Alvorada
1 de 1 Presidente Bolsonaro fala com à imprensa no Palácio da Alvorada - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), entidade referência na ajuda a migrantes e refugiados no Brasil, divulgou uma nota, nesta terça-feira (18/10), em repúdio à fala do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que insinuou haver prostituição em uma casa com crianças venezuelanas em São Sebastião.

Segundo o texto da instituição, que é responsável por diversas redes de atendimento na capital do país, nunca foi identificado qualquer “indício de exploração sexual infantil” envolvendo essa população. “As falas e expressões do presidente da República que circularam nestes últimos dias causaram grande preocupação e afetaram a comunidade venezuelana, principalmente mulheres e adolescentes”, lamentou irmã Rosita Milesi, diretora do IMDH.

De acordo com ela, falas como a de Bolsonaro “estigmatizam a população venezuelana no Brasil e contribuem para a construção de estereótipos falsos sobre migrantes e refugiados que escolhem o Brasil como destino para reconstruir suas vidas e contribuir com o país que os acolheu”.

Confira a nota completa

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Relembre a fala

Aa declaração do presidente foi dada durante entrevista aos podcasts Paparazzi Rubro-Negro, Rica Perrone, Fernando Instaverde e Dieguinho Futebolaco Vasco, na sexta-feira (14/10).

“Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, se não me engano, de moto. […] Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três ou quatro, bonitas. De 14, 15 anos. Arrumadinhas, num sábado, numa comunidade. Vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na tua casa?’ Entrei”, descreveu Bolsonaro.

Em seguida, o presidente insinuou que as garotas venezuelanas estariam se prostituindo para sobreviver: “Tinha umas 15 a 20 meninas, num sábado de manhã, se arrumando. Todas venezuelanas. Eu pergunto: meninas bonitinhas, 14, 15 anos se arrumando no sábado. Pra quê? Ganhar a vida!”, exclamou.

Bolsonaro utilizou o caso para reforçar o temor propagado pela sua campanha à reeleição de que o Brasil pode “se tornar uma Venezuela” caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença a eleição.

“Você quer isso para sua filha? Como chegou esse ponto? Escolhas erradas. É igual um time quando começa a comprar ‘perna de pau’ pagando alto. Vai quebrar o time, vai ser rebaixado. O mundo é cruel no tocando a isso daí. Na Venezuela não foi diferente”, declarou o chefe do Executivo federal.

Caso citado por Bolsonaro é de abril de 2021

O caso descrito por Bolsonaro ocorreu em 10 de abril do ano passado – período em que o Brasil enfrentava uma nova onda da Covid-19. Em vídeo publicado em seu perfil no Facebook, o presidente visita uma residência no Bairro Morro da Cruz, em São Sebastião, região administrativa do DF.

Na live, ele aparece acompanhado de uma comitiva conversando com mulheres que moram no local. Elas contam que vieram da Venezuela para o Brasil em busca de uma vida melhor.

Na ocasião, Bolsonaro tece críticas a Lula e a governadores pelas medidas restritivas impostas nos estados para combater a pandemia.

Em determinado momento, Bolsonaro diz que as mulheres haviam pedido ajuda para se manter. “Uma senhora pediu uma certa ajuda aqui. Eu vou comunicar, segunda-feira (17/4/2021), ao ministro pra tomar providências. Eu vou ver com o ministro da Justiça, Anderson [Torres]”, afirmou.

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