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Entidade alega risco a funcionárias grávidas no Aeroporto de Brasília

De acordo com denúncia do Conter, trabalhadoras gestantes são obrigadas a operar aparelhos que utilizam radiação, pondo em risco a gestação

atualizado

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Conter/Divulgação
Grávida opera máquina de raios X no Aeroporto de BrasíliaDF em 23 de janeiro de 2017_CONTER_Divulgacao
1 de 1 Grávida opera máquina de raios X no Aeroporto de BrasíliaDF em 23 de janeiro de 2017_CONTER_Divulgacao - Foto: Conter/Divulgação

A operação de aparelhos de scanner em aeroportos brasileiros tem causado polêmica entre trabalhadores e concessionárias. O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (Conter) denuncia a alocação de funcionárias grávidas para a tarefa no Aeroporto Internacional de Brasília, e alega que a função apresenta grave risco para as servidoras e os bebês.

O último flagrante ocorreu no dia 23 de janeiro (veja foto abaixo). Na ocasião, uma funcionária grávida utilizava um aparelho emissor de raios X para fazer a checagem de passageiros e bagagens no terminal. De acordo com o Conter, uma situação parecida também foi registrada no dia 31 de março de 2015 em Brasília, e ocorrências do tipo são recorrentes em outros aeroportos pelo Brasil.

Segundo especialistas, o comportamento oferece perigo, já que a exposição dos fetos à radiação pode causar problemas como má formação e retardamento mental. O crescimento também pode ser comprometido, dependendo da quantidade de radiação absorvida e o período da gestação.

Segundo o tecnólogo em radiologia e mestre em engenharia de materiais João Henrique Hamann, o risco é ainda maior se houver exposição à radiação ionizante sem o controle das doses absorvidas nos primeiros três meses de gestação.

Conter/Divulgação
Grávida opera máquina de raios X no Aeroporto de Brasília

 

“Independentemente da dose, do tipo de radiação e do tempo de exposição, temos um dano que será causado e que pode ou não ser reparado pelo organismo. Portanto, se observarmos sob o aspecto científico da radiobiologia, existe risco à saúde. Principalmente para fetos e embriões, por conta da sensibilidade que possuem”, explica.

Segundo a presidente do Conter, Valdelice Teodoro, a situação também apresenta um outro problema: a pressão psicológica. “Essas moças gestantes não podem deixar o emprego, pois precisam dele para sobreviver, mas trabalham com medo de acontecer alguma coisa e acabam somatizando agressões físicas e psicológicas que se refletem no organismo e no desenvolvimento do bebê”, afirma.

Outro lado
Já para a Inframerica, concessionária responsável pela administração do Aeroporto de Brasília, a operação dos aparelhos com radiação por grávidas não oferece perigo. Em nota, a empresa afirma que “os equipamentos de raios X do Aeroporto de Brasília seguem rigorosamente os padrões e requisitos de radioproteção exigidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnem). Os aparelhos têm isenção dos requisitos de proteção radiológica deferidos pelo Cnem. Desta forma, não há qualquer risco de mulheres grávidas operarem ou estarem próximas dos equipamentos”.

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