Enterro de Thiago é marcado por comoção e revolta
Corpo de jovem morto após abordagem policial no Parque da Cidade é enterrado nesta sexta (28/10). Parentes e amigos cobram esclarecimentos e justiça
atualizado
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O corpo de Thiago Soares, 22 anos, foi enterrado na manhã desta sexta-feira (28/10) no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, em clima de muita comoção e revolta. A mãe do jovem supostamente espancado por policiais militares cobra explicações para a morte. “É uma dor muito grande. O meu filho estava bem e andando no momento em que foi abordado. Ele não era nenhum criminoso. Não tinha motivo para tanta crueldade, que resultou na morte do Thiago”, disse Elaine Carvalho, em entrevista ao Metrópoles. A PM nega que tenha agredido o rapaz.
Thiago morreu no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) nesta quinta-feira (27), depois de 15 dias de internação. De acordo com Elaine, a família não recebeu do hospital o laudo sobre a causa da morte do filho. “Vamos ter que entrar com ordem judicial para conseguir o documento”, garante. Mas, segundo ela, Thiago teria sofrido traumatismo craniano, infecção, edemas na cabeça e falência renal.
A família insiste que o jovem foi espancado durante a abordagem policial no Parque da Cidade, no dia 12 de outubro. “O Thiago foi brutalmente agredido. Não queremos cometer injustiça com ninguém. Apenas gostaríamos que os culpados pela morte do meu sobrinho paguem pelo que fizeram”, disse o tio do jovem Carlos Alberto de Carvalho.Um universitário ouvido pelo Metrópoles também diz que o rapaz foi agredido durante a abordagem policial no Parque da Cidade. “Foi uma sessão de tortura generalizada”, assegurou. A família pediu ao Instituto Médico Legal (IML) que emita um laudo detalhado sobre as causas da morte de Thiago Soares. O resultado deve sair em 60 dias.
Versão da PM
A PM tem outra versão para os fatos. Nega veementemente que o jovem tenha sido agredido durante a abordagem no Parque da Cidade. Afirma que Thiago ficou machucado após se debater contra o chão quando foi detido, pois estava sob o efeito de entorpecentes. A corporação abriu sindicância para apurar a morte, que também é investigada pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).