Entenda por que mesmo com carro usado o IPVA ficará mais caro em 2022
Escassez de matéria-prima, fechamento de fábricas e alta da inflação são fatores que se somam à disparada de preços dos veículos
atualizado
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A disparada no preço dos carros usados neste ano terá impacto direto no Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2022. Mesmo com a manutenção da alíquota no Distrito Federal, os motoristas brasilienses devem ser surpreendidos quando o boleto chegar no ano que vem.
Para se ter uma ideia, um Gol modelo 2019 custava, em dezembro de 2020, R$ 38.067. Ou seja, o IPVA pago foi de R$ 1.142,01. O mesmo modelo, segundo a tabela Fipe, está, hoje, 26,76% mais caro. Assim, utilizando os valores atualizados, o IPVA atual seria de R$ 1.142,01 multiplicado por 126,76%, o que resulta no total de R$ 1.447,71.
No momento do cálculo real do imposto, a Secretaria de Economia do Distrito Federal (SEEC) utilizará como base uma tabela de preços que ainda será encomendada pela pasta.
Apesar do aumento do impacto no bolso do motorista, mais opções na hora de quitar o boleto serão oferecidas. A partir de 2022, o número de parcelamentos subirá de três para seis vezes. Quem preferir pagar à vista também poderá receber um desconto maior, pois ele aumentará de 5% para 10%.
Disparada de preços
A escassez de supercondutores afeta a produção de computadores, veículos e outros produtos em todo o mundo. Essa demanda foi disseminada pela pandemia da Covid-19 e, como reflexo no mercado interno, os custos de produção de automóveis dispararam e resultaram, por exemplo, no fechamento de diversas fábricas pelo mundo. No Brasil, a Ford encerrou parte de suas atividades no início do ano.
Acrescentando a alta proveniente do aumento da escassez de automóveis, o valor da inflação, que disparou durante os últimos meses, também alavancou uma escalada de preços que até mesmo carros considerados populares passaram a ser comercializados em patamares inacessíveis para boa parte da população.
Inflação de outubro tem alta de 1,25% e chega a 10,67% em 12 meses
De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou crescimento de 9,84% no acumulado de 12 meses a partir de novembro deste ano. Essa taxa mede a variação nos valores de bens e serviços. O grupo de transportes, um dos utilizados para a mensuração desse dado, acumulou aumento de 17,63% nos últimos 12 meses.