Entenda por que assassino de adolescente no DF não ficou preso
Segundo o MPDFT, “não havia elementos que justificassem a decretação da prisão preventiva” do suspeito “para a garantia da ordem pública”
atualizado
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Na manhã dessa segunda-feira (12/9), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) mandou soltar Vandir Correia Silva, 21, suspeito de assassinar a adolescente Emily Fabrini de Araújo, 14 anos. Antes, Vandir havia sido preso assim que confessou à polícia o assassinato da garota, no sábado (10/9).
A liberdade do suspeito, segundo a promotora do Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT), que atuou na audiência de custódia, deu-se por não existir, “nos autos, informações que contrariem” a versão apresentada por Vandir em depoimento.
“[O suspeito] se apresentou espontaneamente, não possui antecedentes criminais, tem residência fixa e trabalho. Por isso, no momento da audiência, não havia elementos que justificassem a decretação da prisão preventiva para a garantia da ordem pública”, informou a promotora.
O órgão ressaltou, ainda, que foi determinado a Vandir o uso de tornozeleira eletrônica para monitoramento, a proibição de sair de casa de 19h às 5h, além da obrigação de manter o endereço atualizado. De acordo com o MPDFT, caso novas provas surjam a partir da investigação, é possível que o pedido de prisão preventiva seja feito. A polícia também não fez o pedido de prisão.
Vandir Correia Silva, 21, passou por audiência de custódia no Fórum Desembargador Antônio Martins, em Taguatinga, às 9h dessa segunda-feira (12/9). A juíza que expediu o alvará de soltura declarou que caso o suspeito descumpra as “medidas” poderá ter a prisão preventiva decretada.
O crime
O corpo da vítima foi encontrado em uma área na Floresta Nacional, próximo à Taguatinga, no último sábado (10/9). Em depoimento à polícia, Vandir alegou que, enquanto supostamente tinha relações sexuais com a vítima, sofreu um apagão. Quando acordou, teria encontrado a jovem morta ao lado dele e decidido esconder o corpo.
Em seguida, deixou o local do crime e foi para casa, em Águas Lindas (GO), onde tomou banho e, depois, disse ir “para a Igreja Universal”.
No templo religioso, teria procurado um pastor e contado que havia “cometido algo muito grave, ao tirar a vida de uma menina”. O líder da igreja o aconselhou a procurar uma delegacia e se entregar. Então, Vandir dirigiu-se à 17ª Delegacia Regional de Polícia, em Águas Lindas.
Pelo fato de o corpo da vítima ter sido deixado no DF, o suspeito foi levado para a 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte). Em depoimento, ele declarou que, antes de esconder o cadáver, colocou-o “devagarinho no ombro” e o levou para um local mais afastado.
Devido ao frio, Vandir teria resolvido fazer uma fogueira, momento em que “vacilou e deixou o fogo queimar uma das pernas da adolescente”, segundo disse à polícia.
No local indicado pelo suspeito, a Polícia Civil encontrou a vítima deitada de barriga para cima, sem roupas e com a perna direita queimada. Questionado sobre a ausência das vestes no corpo da jovem, Vandir disse que “possivelmente teria utilizado (as roupas) na fogueira”, como consta no depoimento.
O local onde o corpo de Emily foi encontrado “é de difícil acesso”, segundo os investigadores, “pois existem várias cercas de arame farpado que fazem divisão de pasto, com um trajeto aproximado de 1,5km”.