Enfermeiros do plantão recebem apoio de colegas em ato no Hran
Categoria quer chamar atenção do governo e da sociedade para a exaustão dos trabalhadores que atuam na linha de frente do combate à Covid-19
atualizado
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Um ato promovido por enfermeiros chamou a atenção à saúde mental dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do enfrentamento à Covid-19 no Distrito Federal. Organizado pelo Sindicato dos Enfermeiros (SindEnfermeiro-DF), a manifestação aconteceu na tarde deste sábado (20/3), no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência para o tratamento do novo coronavírus na capital.
De acordo com o SindEnfermeiro, após visitas da entidade a unidades de saúde de todo o DF, foram constatados problemas como sobrecarga de trabalho, deficiências na estrutura e exaustão das equipes. “O sindicato tem recebido diversas denúncias de trabalhadores da enfermagem a respeito da realidade nos hospitais”, informou a entidade em nota.
O sindicato criou, então, a iniciativa A Voz da Enfermagem, a fim de prestar apoio aos enfermeiros do DF e sensibilizar população e governo sobre as condições de trabalho nas unidades de saúde. No estacionamento do Hran, nesta tarde, os enfermeiros entregaram kits com equipamentos de proteção individual – máscaras e álcool em gel – e um lanche aos colegas que estavam de plantão no hospital.
A ação criou ainda um formulário on-line direcionado aos trabalhadores da enfermagem da unidade de saúde, para que eles expusessem o que estão sentindo. As respostas foram colocados nos cartazes que os manifestantes seguravam nesta tarde.
“Estamos preocupados com a saúde psicológica desses profissionais. São muitos afastamentos por depressão, síndrome do pânico e ansiedade. Podemos perceber isso com as visitas que temos feito nas unidades de saúde”, afirma Dayse Amarílio, presidente do SindEnfermeiro-DF.
Veja os cartazes dos enfermeiros no ato de hoje:
Segundo o sindicato, a intenção do ato é mostrar a esses profissionais que eles não estão sozinhos. Eles estão cuidando dos pacientes, mas existem pessoas preocupadas e que estão cuidando deles.
“A proposta era que a gente pudesse ser porta-voz do que eles [enfermeiros na linha de frente] estão passando, de promover, proporcionar esse espaço”, conta a enfermeira Fernanda Jordão, que foi ao Hran apoiar os colegas.
“Foram colhidas as mensagens, alguns se apresentaram e falaram na hora, outros escreveram em anônimo. O importante é passar para o governo e para a população que os enfermeiros e os profissionais de saúde de modo geral estão desgastados”, resumiu Fernanda.
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