Enfermeiros do Hospital de Santa Maria estão sem receber há 2 meses
O Sindate já recebeu cerca de 100 denúncias de empregados sem salário desde junho. Eles reclamam também de alimentação estragada
atualizado
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Os enfermeiros e técnicos em enfermagem do Hospital de Santa Maria (HRSAM) estão sem salário há dois meses. Cerca de 100 pessoas, que fazem escala a fim de atender pacientes infectados com o novo coronavírus, reclamam que a empresa Domed não repassou os vencimentos dos cooperados contratados para atuar na unidade de saúde. O responsável por fiscalizar, pagar e gerir os contratos é o Instituto de Gestão Estratégica (Iges-DF).
Funcionários da Cooper Vida denunciaram ao Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF) a falta de pagamento. “Nós atendemos as pessoas com Covid-19 no hospital, tratamos de todos os pacientes, arriscamos nossas vidas e estamos sem pagamento há dois meses”, afirmou uma enfermeira ao Metrópoles.
Ela também relatou que a empresa tem servido comida estragada aos trabalhadores. “As refeições chegam azedas, as pessoas têm passado mal. Nós nem sequer podemos ser atendidos no Pronto-Socorro de Santa Maria, temos que ir para outros hospitais”, lamenta.
Paralisação
Em contato com o Sindate, o Metrópoles confirmou as denúncias. Dois diretores da entidade conversaram com a reportagem. Segundo eles, foi feito contato com o Iges-DF para saber o que ocorreu com os pagamentos dos enfermeiros e técnicos.
“Eles ficaram de nos dar uma resposta nesta quinta-feira (30/7). Estamos aguardando. Os funcionários queriam fazer uma paralisação, mas, como se trata de saúde, de vidas, estamos ponderando. Se o dinheiro não for depositado até segunda (3/8), a paralisação pode ocorrer”, ressaltou Josiane Jacob, diretora do Sindate.
Segundo ela, o Iges informou ter efetuado os pagamentos à Domed e não tinha ciência do que estava ocorrendo.
A reportagem conversou com mais de 10 profissionais que dão plantão diurno e noturno em equipes de 12 técnicos e 10 enfermeiros no Hospital de Santa Maria. Todos relataram sofrer dificuldades devido à falta de pagamento.
Alguns começaram a prestar serviço na unidade de saúde em maio, pela cooperativa, e não receberam dois salários. Outros entraram em junho e estão com o salário de julho atrasado. “Estamos quase em agosto e não temos salário nem resposta”, reclamou outra enfermeira.