Empresários denunciam que homem aplicou golpe antes de desaparecer
As vítimas contam que compraram veículos que não existem. Ao tentarem reaver o dinheiro, não conseguiram mais contato com o suspeito
atualizado
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Desaparecido há quase um mês, Gustavo Taciano Rodrigues (foto principal), 44 anos, é alvo de investigação da Polícia Civil do Distrito Federal. As vítimas afirmam que Rodrigues, antes de perder contato com amigos e familiares, vendeu carros inexistentes.
Os empresários José Silveira dos Santos Filho, 54, e Amanda Gabriela do Nascimento, 27, registraram ocorrência na 23ª Delegacia de Polícia (P Sul) comunicando o suposto crime de estelionato. Donos de uma concessionária em Ceilândia, eles afirmam terem sido procurados por Gustavo, que ofereceu uma Toyota Hilux SW4, ano 2019, para que todos comprassem em “sociedade” para posterior revenda.
O combinado entre as partes, em conversa por telefone, foi a transferência de R$ 110 mil para a conta de Gustavo para completar o valor de aquisição do automóvel. O valor seria devolvido aos dois empresários em 9 de fevereiro com acréscimo de R$ 25 mil referente ao lucro com a revenda.
“Fizemos um Pix para a conta dele porque já o conhecia há 10 anos. Nunca tive problema. Ele chegou a nos enviar o comprovante de transferência, mas cancelou logo em seguida. Comecei a achar estranho e liguei. O Gustavo nos disse que estava indo ao banco resolver a questão pois nem ele sabia o que tinha acontecido. Horas depois, ele simplesmente desapareceu. Bloqueou o nosso número. Ficou incomunicável”, relatou José Filho.
O empresário acrescenta que não conseguiu sequer falar com a família de Gustavo. Procurou alguns amigos e eles disseram que o homem havia parado com as vendas e estava investindo em outros negócios. “Recebi foto e vídeo da Hilux. Nas imagens aparece um amigo dele dizendo que já estava com o meu carro. Quando fui questionar a pessoa que fez a gravação, ele me informou que o arquivo era antigo e que aquele veículo já havia sido vendido. Fiquei sem chão naquela hora. Fui imediatamente para a delegacia”, contou Filho.
Um outro caso foi registrado na Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf). A vítima alega prejuízo de R$ 90 mil. A reportagem procurou os familiares de Gustavo Rodrigues. Eles informaram que tiveram conhecimento das denúncias de estelionato na segunda-feira (1º/3). Acrescentaram que ainda não obtiveram notícias sobre a localização do homem.
“A nossa prioridade é encontrá-lo. Se tiver algo de errado vamos ajudar a resolver, ele vai responder pelo que possa ter feito. Mas precisamos saber se ele está bem’, disse Igor Taciano, irmão de Gustavo.
Desaparecido
Rodrigues está desaparecido desde 10 de fevereiro deste ano. Segundo a família, no dia em que foi visto pela última vez, o vendedor falou com a namorada por celular. Ele estava na Cidade do Automóvel, na Estrutural, onde trabalha com compra e venda de veículos. O homem é autônomo e não tem vínculo com as lojas.
“Na semana do desaparecimento, a namorada nos contou que ele estava bastante agitado, sem conseguir dormir, mas que dizia ser só preocupação de trabalho”, contou Taciano.
Antes de iniciar a pandemia, em março de 2020, Rodrigues morava com os pais. “Como saía muito para trabalhar, e os meus pais são do grupo de risco, acabou indo morar com um amigo em Taguatinga”, acrescentou Igor.
O caso está registrado na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), mas é investigado pela 12ª DP (Taguatinga Centro). Quem tiver informações sobre a localização de Gustavo Rodrigues pode entrar em contato com a família por meio do número: (61) 99243-5466.