Empresário e ex-candidato a distrital é investigado por estupro
Wellington Capistrano Nobre é alvo de apuração da Polícia Civil pelos crimes de estupro, violência contra a mulher e importunação sexual
atualizado
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O empresário e ex-candidato a deputado distrital Wellington Capistrano Nobre é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) pelos crimes de estupro, violência contra a mulher e importunação sexual.
Conforme apurou o Metrópoles, a vítima teria começado a trabalhar no Encontro Lounge Bar, na Asa Sul, em fevereiro deste ano, estabelecimento administrado pelo acusado e de propriedade dele. Ela teria começado a sofrer assédios frequentes, cometidos por Capistrano.
Em 4 de fevereiro deste ano, a mulher assediada pelo empresário o acompanhou até o supermercado para comprar materiais para o bar. Na ocasião, ele lhe disse que precisava passar em casa para deixar um desodorante para a esposa. A vítima não desconfiou de nada, pois conhecia a mulher do acusado.
Ao chegar ao apartamento onde mora Capistrano, na Asa Sul, ela teria se surpreendido ao perceber que a esposa do patrão não estava no local. Depois de entrarem, o suspeito teria trancado a porta e puxado o cabelo da vítima, empurrando-a para a cama, rasgando suas roupas e colocando-a de quatro.
“Eu falei com você que eu ia te comer, eu vou te comer, você não precisa querer, você tem que me dar, você tem que ser minha!”, teria gritado Capistrano, subjugando a funcionária.
Ele teria conseguido penetrar na moça, dando início ao estupro. A vítima conseguiu se desvencilhar. Contudo, enquanto descia as escadas aos prantos e tremendo, o empresário a alcançou e, com uma arma de fogo em punho, ordenou que a mulher subisse para “chupá-lo”. Com muito medo diante da ameaça, ela o obedeceu.
A vítima, de acordo com o processo, relatou ter realizado o ato oral, ainda chorando. Tentou atendimento na Rodoviária no mesmo dia, sem sucesso. Também não registrou ocorrência policial naquele momento, pois temia por seu emprego e precisava do dinheiro para se manter.
Ainda conforme a apuração do Metrópoles, outras ex-funcionárias do Encontro Lounge relataram assédio no ambiente de trabalho.
“Ele me pediu para ajudar montar o cardápio. Quando terminou, todos saíram e ele pediu que eu ficasse, foi então que ele desligou a câmera e tentou me beijar”, disse uma jovem. “Em outro dia, pediu que eu levasse umas garrafas ao depósito. Desci já assustada, porque ele veio atrás e não tinha ninguém lá! Ele me segurou contra a parede e me agarrou. Depois disso, ficou me infernizando, querendo saber a localização da minha casa, querendo saber detalhes da minha vida pessoal.”
Medida protetiva
A vítima de estupro conseguiu, na Justiça, uma medida preventiva contra o empresário. Ele está proibido de se aproximar dela, de familiares e de testemunhas, ou tentar qualquer forma de contato.
Wellington Capistrano já foi citado em outros 18 inquéritos policiais que apuram crimes de estelionato, falsificação de documentos, ameaça e associação criminosa.
O empresário já chegou a ser preso preventivamente por envolvimento em golpes, como venda de passagens aéreas falsas e clonagem de cartão de crédito. O primeiro inquérito contra o candidato à Câmara Legislativa pelo PHS é datado de 1987. O último, de junho de 2018. Atualmente, o suposto crime sexual cometido por Capistrano é apurado pela PCDF.
O ex-candidato a distrital pegou também quatro meses de prisão em regime fechado por homicídio culposo. Entretanto, foi absolvido pela Terceira Vara Criminal de Taguatinga.
Ao Metrópoles, ele afirmou ter cumprido a pena por um acidente com morte e sido absolvido pelo crime de estelionato. Quanto à investigação sobre os crimes sexuais, Capistrano afirmou que se trata de uma “mentira muito grande”.
“Eu acredito na Justiça e a verdade virá à tona. Me acusaram até de andar armado, e eu não ando armado há mais de 15 anos”, afirmou o empresário, ressaltando que não poderia falar mais, por orientação do advogado.