Empresário do DF, líder de quadrilha de roubo a banco, agia desde 2009
Polícia afirma que dono de lava a jato em Águas Claras é reincidente e agiu com grupos criminosos em Sergipe e Pernambuco
atualizado
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No âmbito da segunda fase da Operação Sentinela, coordenada pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), unidade que pertence à Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri). o diretor Fernando Cocito, responsável pelas investigações, relatou que o empresário José Carlos Lacerda Estevam Leite, 40 anos, é reincidente em crimes de ataque a bancos. Ele está foragido.
Leite é proprietário do maior lava a jato de Águas Claras e apontado pela Polícia Civil (PCDF) como o líder de uma quadrilha que tem como alvo agências bancárias. Ele é considerado mentor de uma série de roubos milionários contra agências bancárias nos últimos dois anos, em vários estados do país. Os criminosos faturaram R$ 3 milhões com os assaltos. O empresário é conhecido no Distrito Federal.
Em 2009, José Carlos foi preso no âmbito da Operação Labirinto, deflagrada pela Polícia Civil de Sergipe (PCSE). À época, a polícia sergipana comprovou a participação do investigado em ataques a bancos nas cidades pernambucanas de Paulista, Goiana e Igaraçu, de onde foram levados R$ 800 mil, e em alguns municípios da Bahia.
Em Sergipe, o grupo do investigado atuou nos municípios de Aracaju, Porto da Folha, Nossa Senhora das Dores e Própria. Na operação, os cheques apreendidos pela polícia somaram quase R$ 1 milhão.
No ano seguinte, em 2010, Leite articulou o ataque à agência do Banco do Brasil do SIA, no Guará, de onde foi surrupiada a quantia de R$ 44 mil. Condenado nesse ataque, o investigado ficou em prisão domiciliar. Dois anos depois, ele foi preso em flagrante pela DRF atacando caixas eletrônicos de agência do Banco do Brasil de Taguatinga.
Em 2014, o empresário acabou preso em flagrante enquanto arrombava caixas eletrônicos na rodoviária de Salvador. Em 2017 também seguiu para a cadeia, dessa vez em João Pessoa, após ataque a cofre de agência em Recife.
“As investigações continuam. Estamos à procura do paradeiro de João Carlos Lacerda. Contra ele, pesa um mandado de prisão preventiva”, disse Cocito. Se condenados, os envolvidos serão responsabilizados por organização criminosa e a participação em cada um nesses ataques. Inclusive pelas policias dos outros estados.
Investigações
Segundo as investigações, os estabelecimentos legais de José Carlos eram usados para lavar o dinheiro faturado com os ataques. A segunda fase da Operação Sentinela cumpre sete mandados de prisão e 10 de busca e apreensão, em Águas Claras, Ceilândia, Taguatinga e na cidade de Joinville, em Santa Catarina.
De acordo com a Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), José Carlos procurava levar uma vida acima de qualquer suspeita e dividia o tempo entre tocar os negócios – sempre ligados ao setor automotivo – e planejar assaltos cinematográficos contra instituições bancárias.
O criminoso, segundo as apurações da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri), recrutava assaltantes de vários estados, definia a função de cada um e organizava o setor operacional e de logística de cada ataque.
O empresário, de acordo com a PCDF, é o líder da organização criminosa especializada em roubos a bancos desarticulada na primeira fase da Operação Sentinela, em 4 de maio.
Essa ação desmantelou um grupo que agia entranhado na sede do Banco do Brasil, uma das maiores instituições financeiras do país. Na operação, cinco funcionários terceirizados do banco foram presos. Todos desabilitavam sistemas de alarme e facilitavam ataques a cofres do banco em todo o país.