Empresário do DF é preso suspeito de desviar R$ 13 milhões em MT
Valdir Piran atua com factoring na capital desde 2000. Outras cinco pessoas também foram detidas. Houve bloqueio de imóveis e carros de luxo
atualizado
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Um empresário da área de factoring do Distrito Federal foi preso pela Polícia Civil de Mato Grosso acusado de integrar esquema de desvio de verba pública da Empresa Mato-grossense de Tecnologia e Informação (MTI). A prisão de Valdir Piran ocorreu em fase da Operação Quadro Negro, deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira (22/10/2019).
Segundo os investigadores, Piran e outras cinco pessoas teriam desviado recurso destinado à aquisição de lousas digitais. Os equipamentos deveriam ser entregues para escolas de educação básica de Mato Grosso, o que não ocorreu. A suspeita é de que o grupo tenha movimentado, pelo menos, R$ 13 milhões.
Valdir Piran é proprietário de uma empresa da área de factoring que leva o seu sobrenome. Criada em 1993, em Cuiabá (MT), o empreendimento transferiu a sede para o DF após sete anos de atuação na capital mato-grossense. Atuante no cenário financeiro e imobiliário, a Piran se descreve como “ética, de confiança, transparente e com solidez”, conforme consta no site da companhia.
Também foram cumpridos mandados de prisão preventiva em desfavor dos ex-presidentes do MTI Wilson Celso Teixeira e Djalma Soares; do ex-secretário da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc) Francisvaldo Pereira de Assunção; de Weydson Soares Fonteles e Edevamilton de Lima Oliveira. Todos são suspeitos de participar do crime.
DF, Luziânia e Cuiabá
Durante a operação, as autoridades também realizaram buscas e apreensões em residências do Distrito Federal, de Luziânia (GO) e Cuiabá. A Justiça de Mato Grosso decretou também o bloqueio de R$ 10 milhões em dinheiro, imóveis e veículos de luxo. A ação policial contou com participação da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) e do Ministério Público do Mato Grosso (MPMT).
Veja fotos da operação:
Outro lado
Em nota, Valdir Piran chamou sua prisão de “ilegal e descabida”. De acordo com o texto, o empresário “nunca participou de qualquer negociação com o Estado ou qualquer ente público ou obteve vantagem indevida”. A assessoria de imprensa dele ainda afirmou que o cliente não possuía relacionamento com a empresa e as pessoas envolvidas no suposto esquema de desvio de recursos públicos.
“A decisão que determinou sua soltura foi recebida com tranquilidade e segurança, uma vez que reconheceu os excessos praticados e a insubsistência da prisão, pois ausentes seus requisitos legais, o que demonstra a sua total incoerência, fundada tão somente em delações premiadas unilaterais e seletivas, de conhecimento público e notório, relacionadas a supostos fatos pretéritos que remontam a 2014”, defendeu em nota.
Por fim, o empresário se disse inocente das acusações, informou que sua empresa “sempre se pautou pela transparência” e que está à disposição da Justiça.