Empresário da moda caiu no golpe das bolsas de grife anunciadas na web
Polícia Civil do DF prendeu acusada de estelionato que enganou fundador da Magrella, uma das mais conhecidas lojas multimarcas da cidade
atualizado
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Uma das vítimas da estelionatária que “vendia” bolsas de grife pela internet e não as entregava aos clientes é conhecido no mundo da moda de Brasília. Apesar de ser empresário na cidade e de ter vivido muito de perto o universo do glamour, Fábio de Carvalho acabou caindo no golpe.
Em julho do ano passado, Carvalho decidiu comprar duas bolsas pela internet, uma da Gucci e outra da Chanel. Investiu R$ 1,9 mil nos produtos, que, se novos, não custam menos de R$ 6 mil no mercado. Não desconfiava, porém, que estava caindo no golpe da quadrilha supostamente liderada por Karine de Oliveira Simino, 23 anos, presa nesta sexta-feira (4/5).
Achei um anúncio no Facebook e vi que muitas pessoas conhecidas curtiram e comentaram na página. Muitos, inclusive, eram amigos dos meus filhos. Acabei me convencendo por causa disso, mas o golpe bem-feito é assim mesmo
Fábio de Carvalho, empresário
Carvalho foi casado com Cleuza Ferreira, fundadora da loja Magrella, conhecida por revender produtos da alta moda na cidade. Está deixando a vice-presidência da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio) neste mês.
“Eu pedi para ver fotos, o estado dos produtos, e ela [a acusada de estelionato] foi muito confiante e solícita. Fiz a transferência do valor e, logo depois, ela sumiu”, relata.
No dia seguinte em que percebeu o golpe, o empresário procurou a polícia. Registrou a queixa, mas sem esperanças de que a justiça fosse feita. Mesmo após saber da prisão da suspeita, Fábio de Carvalho afirmou não ter expectativas de reaver o dinheiro perdido. “Ela é uma profissional da enganação. Não fui o primeiro e não serei o último”, diz.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, Karine aparece em outros sete inquéritos e em mais quatro ocorrências em apuração apenas na região do DF. Ela integrava uma quadrilha de oito pessoas. Clientes de todo o país depositavam os valores, mas as bolsas nunca eram entregues. Estima-se que mais de 100 pessoas foram lesadas pela ação da suspeita.
Arma em casa
Conforme a investigação, Karine usava as redes sociais para atrair a clientela e era a modelo das fotos publicadas na internet. No perfil, o nome usado era Claudia Baldy Figueiredo e aparecia como dona do haras BM, de cavalos da raça manga-larga.
A descrição dizia que se tratava de “bazar de peças seminovas e novas de acervo pessoal e de amigas”. As contas, que chegaram a ter 473 seguidores, foram deletadas. O marido de Karine também foi preso. Além de integrar o bando, ele tinha um revólver calibre .38 municiado em casa.