Empresária vai produzir e doar 18 mil máscaras a hospitais do DF
Liliane Lima confeccionaria o material para suas duas clínicas, mas decidiu criar projeto solidário em prol dos profissionais de saúde do DF
atualizado
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Preocupada com a exposição de servidores públicos no combate ao novo coronavírus, uma empresária que atua na área de saúde privada decidiu produzir cerca de 18 mil máscaras para doá-las à rede pública de saúde no Distrito Federal.
Proprietária de dois estabelecimentos médicos, Liliane Lima decidiu aproveitar a quarentena e usar os materiais que adquiriu para fabricar por conta própria o material que é indispensável aos profissionais que atendem pacientes com a Covid-19 nas unidades geridas pela Secretaria de Saúde.
“Eu e meu marido temos uma empresa de home care e uma clínica de estética. Por isso, vimos que faltaria para os nossos profissionais. Primeiramente, decidimos confeccionar as máscaras para eles. No entanto, decidimos fazer disso um projeto”, conta.
A ideia partiu de multiplicar o cuidado com o outro. “Começamos a sensibilizar pessoas para aderirem a essa proposta”, disse. Ela é sócia proprietária da Ágape Assistência Domiciliar e Singular Medicina Estética.
De acordo com Liliane, há uma grande dificuldade de encontrar o material no varejo e em quase todas as distribuidoras. “Além dos profissionais de saúde da rede hospitalar, os profissionais de clínicas e atendimento domiciliar (home care) também precisam de máscaras para realizar os atendimentos com segurança”, explicou.
“Consegui o tecido cirúrgico e vamos confeccionar até 18 mil máscaras. Para isso, estamos precisando da ajuda de costureiras voluntárias para agilizar a produção, já que várias unidades públicas estão com falta desse material. Se tiver mais voluntários e doações, vamos conseguir”, pediu.
Batizado de Multiplique Amor, o projeto da empresária conta com apoio de influenciadores digitais com o objetivo de sensibilizar pessoas que possam ajudar no mutirão voluntário.
“As caixas de máscaras nas distribuidora eram vendidas por R$ 4, mas agora custam até R$ 250. Um dos fabricantes locais, que fica em Águas Claras, está com a produção dos próximos meses toda vendida. Nossa farmacêutica e nosso médico fizeram toda essa pesquisa e vamos produzir tudo seguindo as normas da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e com todo o controle de produção”, frisou.
Até agora, duas costureiras voluntárias também aproveitam a quarentena para auxiliar no projeto social.
“Eu trabalho com meu filho em Taguatinga. Como o comércio está fechado, ficou muito difícil, não só para mim, mas para todo mundo. Então, eu decidi ajudar porque se todos fizermos um pouquinho, a sua parte, fica mais leve para todo mundo”, disse Maria de Fátima Alves Sousa Monteiro, moradora de Taguatinga.
Ela tem 65 anos, é do grupo de risco, mas viu a oportunidade com a loja do filho fechada. “Achei que a melhor coisa a se fazer é apoiar quem está ajudando tanto a população, que são os servidores da saúde pública”, contou.
“Nos ajude a propagar essa corrente e, se você também quiser contribuir com nosso projeto, seja doando algum valor para continuarmos as compras de insumos ou doando o seu amor em forma de habilidades técnicas que possua, nos envie uma mensagem direta aqui no nosso Instagram oficial, que nossa equipe de voluntários entrará em contato o mais breve possível”, registra o perfil criado na rede social para recrutar apoiadores.
Os interessados em ajudar virtualmente o projeto podem clicar aqui.
Corrente de solidariedade
Em meio ao caos da crise da pandemia mundial, outro grupo profissional também se sensibilizou com quem precisa de mais cuidado neste momento: os idosos, que são o grupo que corre o maior risco durante a circulação do coronavírus.
Como muitos vivem em lares para a terceira idade e ficarão em quarentena sem a possibilidade de receber visitas, o Instituto Caixa Seguradora selecionou três instituições da periferia do Distrito Federal e Entorno para receber R$ 100 mil em doações.
O dinheiro será usado para compra de alimentos, produtos de limpeza, materiais de higiene e equipamentos necessários para higienização intensa dos materiais usados nos espaços, como máquinas de lavar roupa.
As instituições beneficiadas foram o Lar dos Velhinhos Maria Madalena, no Núcleo Bandeirante; o Lar dos velhinhos Bezerra de Menezes, em Sobradinho; e o Lar da Terceira Idade Samaritanos, em Águas Lindas (GO), todas criadas para o público de baixa renda.
As casas vivem de doações de familiares e voluntários, mas com o fechamento para visitação, também foram suspensos os eventos culinários, feiras e bazares, o que fez a arrecadação de doações cair. “A população que corre o maior risco não pode ficar desamparada”, afirmou Gregoire Saint Gal de Pons, diretor do instituto.