Empresa gasta R$ 2 milhões com reparos no estádio Mané Garrincha
Vencedora da concessão pública teve de destinar verba para consertar aquecedores, câmeras de segurança e sistema de combate a incêndios
atualizado
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Mesmo antes de assumir integralmente a gestão do Mané Garrincha, a Arena BSB – vencedora da licitação sobre a concessão pública – já investiu R$ 2 milhões em pequenas obras e reparos dentro do estádio nacional. Desse valor, pelo menos R$ 1,1 milhão foi destinado à automação interna, incluindo as portas, grande parte desativada por falta de manutenção.
O balanço foi feito durante a gestão compartilhada entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e a concessionária nas vésperas de o Executivo entregar na totalidade a administração da praça futebolística. O ato ocorrerá no fim de janeiro de 2020, conforme antecipado pelo Metrópoles nesta quarta-feira (08/01/2019).
Outras obras tiveram caráter emergencial, como o conserto dos boilers dos banheiros de vestiários que atendem os times escalados para os jogos de futebol. Os aquecedores estavam quebrados e os atletas tomavam banho frio após as competições.
Também foi determinada a troca de toda a iluminação do estádio por LED, o que vai gerar uma economia prevista de até 50% dos gastos até então mantidos pelo GDF. O custo da mudança foi de R$ 400 mil.
À coluna, o presidente da Arena Bsb, Richard Dubois, também apontou que, nesse valor inicial, estão incluídos a nova pintura, a limpeza das arquibancadas e a reforma interna dos vestiários, além dos banheiros.
“Durante três meses, 40 pessoas fizeram um levantamento para conhecer a realidade interna da arena. Todo o estádio foi inspecionado. Na semana que vem, vamos trazer um técnico da Alemanha para elaborar um laudo sobre as condições da parte superior, já que não encontramos uma empresa brasileira para realizar a inspeção”, disse.
Todos esse pontos integram relatório formado por quatro grandes pilhas de papéis entregue à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), até então mantenedora do estádio nacional. “A maior parte dos problemas foi por mau uso ou por falta de manutenção. Todo o sistema de combate ao incêndio do estádio não funcionava. Até fevereiro, todo esse sistema estará trocado”, afirmou Dubois.
Além disso, pontua Dubois, das 480 câmeras de segurança, metade estava sem funcionar, seja por problemas, desgastes ou até mesmo por estarem quebradas.
Parte dos R$ 2 milhões investidos também inclui a recuperação do sistema de monitoramento interno. “O que precisou ser feito a gente fez com esse capital próprio. O que a gente não poderia fazer era deixar o estádio parado”, acrescentou o gestor.
Repactuação de contratos
A nova administração também conseguiu reduzir em até 70% o custo dos contratos mantidos pelo GDF. “O exemplo é o que ocorreu com as escadas rolantes, já que o uso delas não é constante. Temos um contrato mínimo de manutenção e, no caso de substituição de peças, nós arcamos com o custo.”
Apenas no mês de fevereiro, quando a empresa passa administrar o estádio na totalidade, a nova gestão espera receber um público de pelo menos 370 mil pessoas, entre shows – incluindo o da banda Maroon Five – e a Super Copa do Brasil. Até março, a projeção é de que esse número cresça para 500 mil.
Estacionamento pago
Nesta quarta, o Metrópoles revelou o início da cobrança de estacionamento nos arredores do Mané Garrincha. Toda a área externa do estádio passará a ser demarcada e cercada para a cobrança de estacionamento.
A previsão é de que, a partir de fevereiro, os veículos que pararem nas proximidades da arena, onde também está prevista a construção do boulevard, tenham que pagar uma taxa, a exemplo do que ocorre em locais como o Aeroporto de Brasília e shoppings da capital.
O anúncio ocorre após a Estapar, uma das maiores empresas do ramo de estacionamentos, ter assinado com a empresa responsável pela gestão do estádio, um contrato de 10 anos para administrar o entra e sai de automóveis na região.
Escândalos
Marcado por escândalos e denúncias de corrupção, o Estádio Nacional Mané Garrincha é considerado um dos elefantes brancos da Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014.
Segundo dados do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), o superfaturamento nas obras é estimado entre R$ 470 milhões e R$ 560 milhões. Mensalmente, a manutenção do espaço custava até R$ 700 mil aos cofres públicos.