Embaixador é alvo de extorsão após cair em golpe do sexo virtual no DF
Os golpistas filmaram a vítima em situação constrangedora. Para não divulgar as imagens, a suposta mulher cobrou US$ 6 mil
atualizado
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Um embaixador brasileiro que mora no Distrito Federal foi alvo de extorsão cometida por criminosos estrangeiros após ter caído no golpe do sexo virtual. Em sigilo, a Polícia Civil (PCDF) apura o caso.
O Metrópoles teve acesso ao caso por meio de fontes ligadas ao Ministério das Relações Exteriores (MRE). De acordo com as apurações, o embaixador foi procurado nas redes sociais pelo perfil de uma suposta mulher jovem e estrangeira. Após algum tempo de conversa, ela o teria convencido a assistir vídeos com conteúdo sexual.
Em seguida, os golpistas filmaram a vítima em situação constrangedora. Para não divulgar as imagens, a mulher cobrou US$ 6 mil, aproximadamente R$ 36 mil na cotação atual.
Logo depois, um homem procurou o diplomata se apresentando como um suposto agente da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Ele teria dito que os autores da extorsão estariam escondidos na cidade de Abidjan, na Costa do Marfim, África e que seria necessária a quantia de US$ 6 mil para prendê-los.
Assustado com a possível divulgação das imagens, o diplomata procurou uma empresa especializada em transferências internacionais de recursos, mas só foi liberado o limite de US$ 1,8 mil. A quantia, então, foi enviada pelo embaixador para o grupo criminoso.
Aumento de casos
Nesta segunda-feira (12/4), o Metrópoles mostrou que pedofilia, estelionato e extorsão fazem parte do cardápio de crimes virtuais que avançaram na capital durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus.
A cada duas horas, um brasiliense é alvo dos mais variados delitos aplicados por meio da internet. Em média, 49 vítimas registram ocorrências do tipo a cada 24 horas nas unidades da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Boa parte das apurações é direcionada para a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC).
O isolamento social, e a consequente permanência da população dentro de suas casas, potencializou a incidência dos crimes que trafegam no mundo virtual. Para se ter ideia, entre janeiro e dezembro de 2019 – ano ainda sem pandemia – foram registrados 9.539 casos.
Já no ano passado, com todas as medidas sanitárias adotadas para conter a Covid-19 e milhares de pessoas em home office, a PCDF registrou 17.843 ocorrências relacionadas a crimes cibernéticos, um aumento de 87%.