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Em situação precária, estações de esgoto do DF precisam de reformas

Relatório da equipe de transição aponta que, deterioradas, estruturas colocam a saúde dos brasilienses e o meio ambiente em risco

atualizado

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Estação de tratamento de esgoto da CAESB (ETE Norte)
1 de 1 Estação de tratamento de esgoto da CAESB (ETE Norte) - Foto: Reprodução

As estações de tratamento de esgoto do Distrito Federal (ETEs) estão em preocupante estado de deterioração e precisam urgentemente de investimentos. O alerta consta em relatório de transição entregue pela equipe do futuro governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), que versa a respeito da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb). Já existe negociação em andamento com o Banco de Desenvolvimento Alemão (KFW) para que um empréstimo de R$ 250 milhões custeie as reformas.

Sem esses recursos, a saúde dos brasilienses corre risco, sem falar nos danos ambientais caso os dejetos não recebam tratamento adequado. De acordo com o documento, ao qual o Metrópoles teve acesso, “em face do elevado estado de deterioração de estruturas físicas das ETEs, em decorrência da idade e do contato direto com esgotos, torna-se imprescindível a execução de obras de revitalização, modernização e ampliação da capacidade de tratamento de diversas unidades”.

Apesar do documento, a Caesb nega o sucateamento e afirma que as reformas são necessárias para atender demandas futuras, em função do crescimento natural da cidade.

Hoje, o DF tem 15 estações de tratamento e, de acordo com a Caesb, ao menos 11 precisam ser revitalizadas e ampliadas. O atual governo, de Rodrigo Rollemberg (PSB), fez monitoramento das ETEs e conseguiu empréstimo de R$ 84 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), porém, as licitações ainda estão em andamento.

Na avaliação da Caesb, os R$ 84 milhões não serão suficientes para fazer todas as intervenções necessárias. Por isso, a necessidade de um novo empréstimo. A previsão é de que o primeiro processo de contratação de empresa para realizar os serviços fique pronto em janeiro de 2019.

“Um novo recurso, através de financiamentos, será necessário e essencial para a execução desses projetos”, aponta o relatório da equipe de Ibaneis Rocha. Nesse sentido, o próximo governo espera que o empréstimo a ser contraído com o banco alemão permita modernizar a maioria das estações.

Segurança para os empregados
O diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Água e Esgoto do Distrito Federal (Sindágua), Igor Pontes Aguiar, ressalta que, hoje, a ETE em pior situação é a Melchior, localizada entre Ceilândia e Samambaia. “Ela deu problema desde o começo. Os equipamentos não funcionam, os tanques estão enferrujados ou deteriorados. Ela fica no mesmo terreno da estação de Samambaia: é mais nova, mas tem um funcionamento muito inferior”, critica.

Segundo o representante da entidade, os trabalhadores das estações de tratamento de esgoto do DF também carecem de segurança para exercerem suas funções. “Já tivemos alguns episódios que precisam ser controlados e evitados. Um funcionário já caiu e se feriu dentro de um tanque de tratamento. Depois, tivemos situações de cercas que se rompem, trabalhadores que torcem o pé devido às estruturas ruins. As reformas são importantes”, frisa.

Veja imagens aéreas das ETEs do DF:

15 imagens
Estação de Tratamento de Esgoto da região do Alagado
A Estação de Tratamento de Esgoto Brasília Sul foi reformada na gestão de Rodrigo Rollemberg com recursos do BID
Estação de Tratamento de Esgoto de Brazlândia
Estação de Tratamento de Esgoto do Gama
Estação de Tratamento de Esgoto Melchior. Segundo informações do Sindágua, esta é a que se encontra em pior situação
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Estação de Tratamento de São Sebastião

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Estação de Tratamento de Esgoto da região do Alagado

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A Estação de Tratamento de Esgoto Brasília Sul foi reformada na gestão de Rodrigo Rollemberg com recursos do BID

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Estação de Tratamento de Esgoto de Brazlândia

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Estação de Tratamento de Esgoto do Gama

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Estação de Tratamento de Esgoto Melchior. Segundo informações do Sindágua, esta é a que se encontra em pior situação

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Estação de Tratamento de Esgoto Norte. A segunda a passar por revitalização com recursos do BID

Caesb/Metrópoles
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Estação de Tratamento de Esgoto Paranoá

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Estação de Tratamento de Esgoto Planaltina

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Estação de Tratamento de Esgoto Recanto das Emas

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Estação de Tratamento de Esgoto Riacho Fundo 1

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Estação de Tratamento de Esgoto Samambaia

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Estação de Tratamento de Esgoto Santa Maria

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Estação de Tratamento de Esgoto Sobradinho

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Estação de Tratamento de Esgoto Vale do Amanhecer

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Ampliação
Além de reformas, as estações precisam ser ampliadas, levando em consideração a necessidade de adequação para o futuro. Esse diagnóstico já havia sido realizado pela Caesb e foi repassado à próxima gestão. Enquanto 11 estações necessitam de reparos, cinco devem ser aumentadas para atender as necessidades da população do DF. Três delas estão com projeto em andamento. Outras duas, com o projeto em fase de contratação.

Para todas as obras, existem os recursos do BID, R$ 84 milhões do BID, e os negociados com o KFW, R$ 250 milhões. O financiamento com o banco alemão já foi aprovado pelo Ministério do Planejamento e aguarda apenas negociação final com a nova diretoria da Caesb para ser liberado.

O bom funcionamento das ETEs é vital para a cidade. São elas que tratam esgoto, efluentes e resíduos líquidos domésticos e de indústrias que vão para a água da capital. Todo o processo remove as impurezas para o meio ambiente sem causar danos à saúde humana.

Geralmente, a própria natureza tem capacidade de decompor a matéria orgânica presente nos rios, lagos e no mar. No entanto, no caso dos efluentes, essa matéria se apresenta em grande quantidade, exigindo um tratamento mais eficaz em uma ETE que, basicamente, reproduz a ação da natureza de maneira mais rápida. Sem elas, ou com um serviço defasado, a água pode se manter contaminada.

Reformas
De acordo com informações da Caesb, a atual gestão investiu em sistemas de esgotamento sanitário em todo o DF.

“A Caesb fez reformas nas ETEs Sul e Norte, implantando sistema de desodorização em ambas, com investimento de R$ 50 milhões. Vários equipamentos foram comprados para atender as unidades de tratamento de esgoto, como bombas, misturadores, aeradores, centrífugas, miniescavadeiras e outros”, afirmou a companhia, por meio de nota.

Houve ainda automação dos sistemas. “Todas as elevatórias de esgotos atualmente estão automatizadas. Nove estações estão sendo controladas remotamente, recebendo sinal e sendo operadas pelo centro de controle. Isso aumentou sobremaneira a gestão e a eficiência da operação das ETEs”, completou a Caesb.

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