Em protesto, mulheres pedem justiça após feminicídio de Evelyne Ogawa
Com balões, camisetas e faixas, as ativistas se manifestaram em Samambaia pedindo punições mais duras para esse tipo de crime
atualizado
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Mulheres protestaram, nesta quinta-feira (1º/4), em Samambaia, contra o assassinato da radialista Evelyne Ogawa, de 38 anos.
A jovem comunicadora foi vítima de feminicídio. Ela acabou estrangulada por um fio pelo marido em 26 de março deste ano. As manifestantes cobraram por justiça e a revisão da legislação com penas mais duras para os assassinos.
O grupo adotou protocolos de segurança sanitária contra a pandemia de Covid-19 durante o ato. Em uma grande faixa, escreveu: “Parem de nos matar” e “Feminicídio, não”.
A presidente do Instituto Mulheres Feminicídio Não Apoio à Mulher Empreendedora, Lúcia Erineta, foi uma das organizadoras do protesto.
Desde de 2019, Lúcia organiza protestos contra o feminicídio vestida de “Mulher Maravilha de Brasília”. “A Evelyne foi a sexta vítima de Brasília neste ano”, afirmou.
Lúcia conhecia Evelyne. “Ela tinha me convidado para uma entrevista na rádio. Não deu tempo”, contou. “Endurecendo mais legislação, talvez os agressores vão pensar duas vezes antes de cometer o crime”, explicou.
Crueldade
Cláudia Regina, assistente social do Instituto Social do Distrito Federal, partilha da visão de Lúcia. “A Lei precisa ser modificada, atualizada. Os crimes estão ficando mais cruéis. Esse ato foi um grito de socorro”, alertou.
Segundo Cláudia, grande parte dos processos ligados ao feminicídio acabam vinculados a questões de honra. “Não é o correto. Devem seguir a crueldade. Todo caso tem que ser analisado de acordo com a crueldade”, sugeriu.
Para Cláudia, as ações preventivas e educativas contra o feminicídios estão aquém do necessário para assegurar a prevenção e a conscientização da população.