Em meio à pandemia, mercado imobiliário do DF bateu recordes de vendas em 2020
O Valor Geral de Vendas fechou o ano em R$ 2,2 bilhões. Os destaques de negócios são para Águas Claras, Noroeste e Samambaia
atualizado
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Apesar de todas as incertezas de 2020, com a pandemia do novo coronavírus, o mercado imobiliário surpreendeu e bateu recordes de vendas e lançamentos de imóveis no Distrito Federal.
É o que indica a pesquisa Índice de Velocidade de Vendas (IVV), iniciativa conjunta da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF).
Conforme o estudo, o Valor Geral de Lançamentos (VGL) subiu 27,27%, na comparação do ano passado com 2019. Já o Valor Geral de Vendas (VGV) cresceu 46,66%, no mesmo período. Foram R$ 2,2 bilhões em lançamentos (VGL) em 2019, contra R$ 2,8 bilhões, em 2020. No ano passado, o volume de vendas, medido pelo VGV, subiu de R$ 1,5 bilhão para R$ 2,2 bilhões.
Desempenho, maturidade e ousadia
Com relação ao Índice de Velocidade de Vendas (IVV), o setor também manteve desempenho positivo durante todo o ano, principalmente nos meses de novembro e dezembro.
Em novembro, o segmento residencial registrou IVV de 12,5%, o mais alto índice desde a criação do estudo. No mês de dezembro, o índice ficou em 8,3%.
Em 2020, foram lançados 41 empreendimentos imobiliários residenciais na capital, quantitativo inédito para o setor.
“Os resultados de novembro e dezembro foram surpreendentes e coroaram um ano em que a combinação da proteção do nosso trabalhador com a ousadia do empreendedor e as condições do mercado permitiram ao setor imobiliário evitar perdas e reafirmar sua importância para a economia do DF”, avaliou Eduardo Aroeira Almeida, presidente da Ademi-DF.
Ainda segundo Aroeira, a despeito dos enormes desafios e incertezas enfrentados, foi possível bater recordes.
O presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Valadão Júnior, ressalta que os resultados obtidos superaram expectativas.
“O ano de 2020 foi espetacular para o mercado imobiliário do Distrito Federal. O desempenho comprova a maturidade e a responsabilidade das empresas da cidade, que souberam vencer os desafios sanitários trazidos pela pandemia”, destacou.
Confira como se comportou o IVV no DF de 2015 a 2020:
Destaques no mercado local
Segundo a pesquisa Índice de Velocidade de Vendas (IVV), em novembro, houve o lançamento de nove empreendimentos no Distrito Federal, com oferta de 625 unidades residenciais. Na ocasião, foram comercializados 465 imóveis no DF.
As regiões de Águas Claras, Noroeste (foto em destaque) e Samambaia tiveram o maior volume de vendas, respectivamente. Entre os imóveis vendidos, 82,1% estão em obras.
Em dezembro de 2020, o mercado imobiliário fez o lançamento de mais um empreendimento, com a oferta de 72 unidades residenciais. Nesse mês, foram vendidos 283 imóveis no DF. As regiões do Noroeste, Santa Maria e Samambaia registraram o maior volume de vendas, respectivamente.
Aumento de vendas nacional
Quando o mercado imobiliário é analisado em uma ótica nacional, ele também surpreende o mais otimista dos analistas. Com um crescimento de 58% no período, os financiamentos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança atingiram R$ 124 bilhões em 2020, superando o recorde histórico de R$ 112,9 bilhões, de 2014 – período do boom do setor.
Conforme matéria publicada pelo Metrópoles em 2 de fevereiro, foram financiadas com esses recursos 426,8 mil unidades, uma alta de 43,2% em relação a 2019, segundo dados da Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
O avanço foi impulsionado pelo barateamento do crédito para financiamento imobiliário. Com os sucessivos cortes da Selic, a taxa básica de juros, que chegou ao final de 2020 a 2%, os bancos reduziram as taxas para financiar imóveis. Além disso, muitas famílias que entraram em teletrabalho na pandemia buscaram casas maiores, em cidades menores, mas perto dos grandes centros.
A demanda aquecida resultou em aumento de preços nesse setor no ano passado. Segundo o índice FipeZap, que monitora unidades anunciadas para venda em 50 cidades do país, em 2020 houve uma alta nominal de 3,67%, no primeiro avanço do indicador desde 2016.
A variação ainda representa uma perda real, mas ficou mais em linha com a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que fechou 2020 em 4,52% – na comparação com os outros anos.