Após aglomeração e corre-corre, estudantes começam a fazer a prova do Enem
Neste domingo (17/1), 113.177 candidatos estão inscritos para fazer a avaliação na modalidade impressa na capital federal
atualizado
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O primeiro dia de aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começou diferente neste ano em Brasília. No Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), na 704/904 Sul, unidade que deve receber cerca de 6 mil candidatos, não havia listas no portão para consulta à sala de prova. Muitos estudantes chegaram cedo ao local, mas, mesmo assim, não conseguiram evitar aglomeração na entrada da faculdade.
O portão fechou às 13h e, no bloco principal da UDF, não houve atrasados até 10 minutos depois do fechamento. Alguns alunos tiveram de correr para conseguir entrar. Contudo, alguns candidatos que estavam no edifício errado tiveram que sair e não puderam ir para o outro bloco. Foi o caso de Felipe Iago Purtilho, 26, que acabou perdendo a prova por conta disso.
Formado em marketing, ele estudou por conta própria para fazer o Enem neste ano, em busca de uma segunda graduação. “Eu resolvi tentar desta vez e agora saio com essa frustração, pela falta informação aqui”, desabafou.
“Tem gente que não conhece o Plano (Piloto) muito bem, não sabe que a faculdade tem dois blocos. Eu mesmo cheguei, entrei na sala com o número certinho, mas aí descobri que estava no bloco errado. Aí o coordenador falou que já não tinha mais jeito, não poderia fazer a prova”, lamentou.
Como medida preventiva de combate ao coronavírus, os estudantes receberam as informações sobre os locais de prova apenas por meio virtual. Ainda assim, ocorreram alguns pontos de aglomeração em frente à universidade.
Neste domingo (17/1), 113.177 candidatos estão inscritos para fazer a avaliação na modalidade impressa na capital federal. O exame deste domingo conta com as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias. A redação também será aplicada esta tarde.
Uma das mudanças desta edição do exame é que os portões foram abertos às 11h30 (horário de Brasília), 30 minutos antes do previsto nos editais. Assim, o participante terá até 1 hora e 30 minutos para acessar o local de prova.
Confira a movimentação dos estudantes em Brasília:
Na UDF, porém, o portão abriu 10 minutos antes do previsto, às 11h20, para evitar que os estudantes seguissem próximos uns aos outros em frente à unidade de ensino.
Para alguns candidatos, a pressão da prova se intensifica neste ano devido ao medo do contágio pela Covid-19. É o caso da estudante Anna Beatriz Rosa, 17 anos. Ela está dividida entre cursar nutrição ou arquitetura na Universidade de Brasília (UnB). Porém, teme não estar preparada para a prova, devido às dificuldades que passou para estudar em 2020, seu último ano no ensino médio.
“Tudo isso impactou no nosso psicológico. Porque, no início do ano, eu estava focada, aí chegou o EAD (ensino a distância) e eu fiquei perdida”, comenta. Para a jovem, o medo de contágio pelo novo coronavírus também “é mais uma coisa preocupante” nesta edição.
Assim como ela, o recém-formado no ensino médio Gabriel Richa, 17, que sonha em cursar medicina veterinária na UnB. Ele também comenta que teve dificuldades em se preparar para a avaliação, devido às mudanças provocadas pela pandemia.
“O ano passado foi bem complicado. Eu tive dificuldade para me adaptar ao EAD, assim como muitos alunos. Mas agora eu dei um gás, então vamos ver. Acho que humanas é mais fácil, então, nesta prova pelo menos espero uma nota melhor”, disse, antes de acessar o local da prova.
Raul Caetano, 21, está no primeiro semestre de letras na UnB e diz que veio fazer a prova neste domingo apenas “para testar meus conhecimentos”. Para ele, a obrigação do uso de máscara já traz uma maior confiança ao candidato na realização da prova. “Todo mundo com máscara, lavando a mão, cada um na sua carteira, distante. Acho que aí é tranquilo”, diz.
No Brasil, 5.687.397 candidatos estão inscritos para realizar a avaliação na modalidade impressa. Os portões fecharam às 13h.
Embate na Justiça
O Enem está sendo aplicado em meio ao pico da pandemia de Covid-19. Muitas tentativas de barrar a realização do exame foram indeferidas pela Justiça.
No sábado (16/1), por exemplo, a Justiça Federal decidiu não julgar processo que pede adiamento das provas no Distrito Federal. O exame, portanto, foi mantido.
O deputado distrital Fábio Felix (PSol) pediu, em ação protocolada na sexta-feira (15/1), a suspensão do Enem na capital. Ele argumentou que as medidas sanitárias adotadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, seriam insuficientes para reduzir risco de contágio pela Covid-19.
Também nesse sábado, a 20ª Vara Federal de Curitiba decidiu que o exame no Paraná não seria adiado. O pedido de mudança das datas havia sido feito pela Defensoria Pública da União (DPU), buscando evitar o contágio por Covid-19 em meio às aglomerações.
Confira a movimentação em São Paulo: